General Mourão é solução caseira após tentativas frustradas de Bolsonaro para encontrar um vice
Mourão acabou sendo uma solução caseira que, ao fim, acena apenas para um nicho do eleitorado que já está em boa parte conquistado pelo capitão do Exército.
Escolhido ao apagar das luzes, no último dia para definição das chapas, o general de reserva do Exército Antonio Hamilton Martins Mourão (PRTB) não é nem de longe o vice dos sonhos do candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Mourão acabou sendo uma solução caseira que, ao fim, acena apenas para um nicho do eleitorado que já está em boa parte conquistado pelo capitão do Exército.
Na avaliação da própria campanha de Bolsonaro, o ideal seria um vice com nome mais agregador, que ajudasse o cabeça de chapa a conquistar terreno em outras fatias do eleitorado.
Bolsonaro tentou acenar, por exemplo, para os cristãos evangélicos, buscando o senador Magno Malta (PR), e para as mulheres, área onde o ex-capitão tem dificuldade de crescer, com a advogada Janaína Paschoal (PSL). Não conseguiu.
A avaliação interna, contudo, sempre foi de que não seria ruim uma chapa “puro sangue” militar, mas, nesse caso, o nome mais desejado era o do general Augusto Heleno, cuja voz seria mais aceita na sociedade. O general Heleno também queria, mas o partido ao qual ele se filiou, o minúsculo PRP, não concordou. Mesmo que Heleno tenha, como Mourão, defendido o regime militar (1964-1985), ele é um general considerado mais agregador e com trânsito na sociedade civil, até pelos postos mais expressivos que ocupou, da missão de paz no Haiti ao Comando Militar da Amazônia. Hamilton Mourão aconteceu na vida política brasileira apenas defendendo o regime militar. Em palestra no ano passado, afirmou que era preciso retirar da vida pública alguns elementos envolvidos em todos os ilícitos ou o Exército iria impor isso.
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