Governo tem que trabalhar com ‘peças do tabuleiro’, diz ministro Mourão sobre apoio do Planalto a Lira
Líder do Centrão, deputado Arthur Lira (PP-AL), réu no STF e suspeito de envolvimento com esquema de ‘rachadinha’, tem apoio de Bolsonaro na disputa pela presidência da Câmara.
O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que o governo precisa ter “base no Congresso” e saber trabalhar com as “peças do tabuleiro” ao comentar o apoio do Palácio do Planalto ao líder do Centrão, deputado Arthur Lira (PP-AL), na disputa pela presidência da Câmara.
Lira é réu em dois processos no STF, um por corrupção e outro, na Laja Jato, por organização criminosa. O jornal “O Estado de S. Paulo”, informou que Arthur Lira é suspeito de envolvimento em um desvio milionário de dinheiro da Assembleia Legislativa de Alagoas entre 2001 e 2007, à frente de um esquema de “rachadinha”.
O vice foi questionado por jornalistas se lhe incomoda o apoio do Planalto a Lira, já que o presidente Jair Bolsonaro se elegeu com um discurso de combate a corrupção.
“Vamos colocar o seguinte: a gente tem que ter base dentro do Congresso, tem que ter relacionamento. Então, as peças do tabuleiro são essas e nós temos que saber trabalhar com elas”, disse Mourão.
Denúncia contra Lira
A denúncia aponta que a fraude se dava a partir da apropriação de parte dos salários de funcionários e também por meio da inclusão de falsos funcionários na folha de pagamento.
Segundo a assessoria de Lira, ele confia na Justiça e tem certeza de que será absolvido.
Lira foi um dos principais articuladores da aproximação dos partidos do Centrão com Bolsonaro e articula, no momento, a própria candidatura à presidência da Câmara em 2021.
Mourão ponderou que os acordos políticos do governo no Congresso não passam por ele e, questionado se Bolsonaro adotou a prática do “toma-lá-dá-cá” com partidos em troca de apoio, o vice disse que os ministérios seguem com titulares escolhidos pelo presidente, sem influência das siglas.
“Não vejo dessa forma [que exista toma-lá-dá-cá], até porque os ministérios continuam a ser ocupados por pessoas escolhidas pelo presidente sem estarem integradas a algum partido político especificamente”, afirmou.
Indagado se haverá reforma ministerial em 2021, o vice disse que “talvez o presidente seja obrigado a trocar algumas peças”, mas que a decisão final será do próprio Bolsonaro.
Deixe seu comentário
Publicidade