Política Nacional

Interrogatório no Senado opõe Dilma e Aécio, rivais na eleição de 2014

Senador disse que ela venceu com ‘ilegalidades’ e ‘faltando com a verdade’.


O senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, afirmou em pergunta dirigida a Dilma Rousseff durante interrogatório na sessão de julgamento do impeachment, que ela venceu a eleição de 2014 “faltando com a verdade e cometendo ilegalidades”.

Ao responder, Dilma afirmou que, logo após a eleição, houve tentativas de se desestabilizar o governo e mencionou ações do PSDB. “A partir do dia seguinte da minha eleição, uma série de medidas políticas para desestabilizar o meu governo foram tomadas”, declarou.

Poucos dias após o resultado da eleição, o PSDB entrou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com um pedido de auditoria para verificar a lisura da eleição presidencial. O partido também pediu ao TSE dados de urnas eletrônicas para fazer uma auditoria sobre os sistemas de votação.

Após a eleição de 2014, o PSDB também ingressou no TSE com uma ação em que pedia a impugnação dos mandatos de Dilma e do vice Michel Temer por suposto abuso de poder político e econômico no pleito. O partido alega que houve “financiamento de campanha mediante doações oficiais de empreiteiras contratadas pela Petrobras como parte da distribuição de propinas”, suspeita investigada na Operação Lava Jato. O TSE ainda não deu uma decisão final sobre essa ação. Desde o início do caso, a defesa de Dilma alega que todas as doações para a campanha foram legais, declaradas e aprovadas pelo TSE na prestação de contas

Dirigindo-se diretamente a Dilma, Aécio afirmou que “não é desonra perder as eleições, sobretudo quando se defende ideias e se cumpre a lei”. Mas ressalvou: “Não diria o mesmo de quando se vence as eleições faltando com a verdade e cometendo irregularidades”.

O senador tucano relembrou debates dos quais os dois participaram na campanha eleitoral de 2014 e relembrou temas discutidos entre eles, como combate à inflação e crescimento da economia.
“Vossa Excelência usa os votos que recebeu, como justificativa para os atos que tomou. O voto não é salvo-conduto”, afirmou o senador.


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