Janot pedirá abertura de investigação para apurar vazamento da delação de ex-diretor da Odebrecht
Vazamento do documento que constituiria objeto de colaboração, além de ilegal, não auxilia os trabalhos sérios que são desenvolvidos
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, informou que solicitará abertura de investigação para apurar o vazamento, para a imprensa, de “documento sigiloso” que seria relativo à colaboração premiada de um dos executivos da Odebrecht, o ex-diretor da empresa, Cláudio Melo Filho.
“O vazamento do documento que constituiria objeto de colaboração, além de ilegal, não auxilia os trabalhos sérios que são desenvolvidos e é causa de grave preocupação para o Ministério Público Federal, que segue com a determinação de apurar todos os fatos com responsabilidade e profissionalismo”, informou o Ministério Público.
Segundo a nota, o Ministério Público Federal “volta a expressar que todo documento de colaboração, para que possa ser usado como prova e para que tenha cláusulas produzindo efeitos jurídicos para o colaborador, somente possui validade jurídica após regular homologação pelo Supremo Tribunal Federal”.
No acordo de delação premiada, o ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrechet, Cláudio Melo Filho, afirma que o presidente Michel Temer atuava de forma muito mais indireta, não sendo seu papel, em regra, pedir contribuições financeiras para o partido, embora isso tenha ocorrido “de maneira relevante” no ano de 2014. Segundo ele, Temer, ainda vice-presidente naquele momento, teria pedido R$ 10 milhões em reunião no Palácio do Jaburu.
A delação do ex-diretor da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, deu mais detalhes de como a propina da construtora era repassada a senadores do PMDB. Em troca do dinheiro, a empresa seria beneficiada em renovações de contratos e propostas de legislação que interessassem à Odebrecht.
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