Política Nacional

Lira diz que tratar de alterações na lei do impeachment ‘foge do escopo’ do relatório da CPI

Senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, disse que parecer deve propor prazo para que presidente da Câmara analise pedidos de abertura de processos de impeachment


O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que “foge do escopo” do relatório da CPI da Covid tratar de alterações na lei do impeachment.
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, disse que o relatório final da comissão deve conter uma proposta estabelecendo prazo para o presidente da Câmara se manifestar sobre processos de impeachment contra presidentes da República.

Hoje, há mais de 130 pedidos na fila contra o presidente Jair Bolsonaro, mas Lira não analisou nenhum.

Questionado se a sugestão de Calheiros causou constrangimento à Câmara, Lira respondeu que “foge do escopo do relatório da CPI tratar de um assunto que é constitucional”.

“Sugestão todo parlamentar pode fazer, projetos todos os parlamentares podem fazer. Eu não ousaria querer alterar, daqui [da Câmara], o regimento de o presidente do Senado alterar o rito de impeachment de ministro do Supremo. Tanto o rito do presidente da Câmara quanto do presidente do Senado são de instituições que representam o Poder autônomo, representativo”.

Pela Constituição, cabe aos senadores analisar o eventual cometimento de infrações pelos magistrados do STF.

Lira disse, ainda, que não acredita que uma eventual alteração no rito do impeachment seja o “sentimento” das Casas. “Se a maioria do plenário quiser a qualquer momento alterar, altera. Eu não acredito que seja esse o sentimento das duas Casas.”

 

Precatórios

Lira disse, ainda, que está decidido que a solução para o impasse relacionado ao pagamento de precatórios pelo governo federal virá pelo Legislativo.
Precatórios são dívidas da União com pessoas físicas, jurídicas, estados e municípios reconhecidas em decisões judiciais definitivas, ou seja, que não são mais passíveis de recursos, e que devem ser pagas pelo governo.

O relator da proposta de Emenda à Constituição (PEC) que parcela o pagamento de precatórios da União, deputado Darci de Matos (PSD-SC), leu seu parecer favorável ao texto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. O texto, porém, ainda não foi votado.

Outra proposta, que vem sendo formulada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), pode reduzir, dos atuais R$ 89 bilhões para cerca de R$ 39,9 bilhões, o valor total de precatórios que o governo federal terá de pagar no próximo ano. A ideia é estabelecer um limite anual de pagamento, corrigido pela inflação, para dar previsibilidade ao Orçamento do governo federal.

O presidente da Câmara disse que conversou nesta quarta-feira com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, e que “já está precificado que a solução será pelo Legislativo”.

“Os precatórios como estão, incluídos no Orçamento, inviabilizam investimento, inviabilizam as despesas discricionárias, inviabilizam o funcionamento da máquina pública”, disse.


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