Diário Política

Lula: transição energética pode tornar o Brasil o que o Oriente Médio é para o petróleo

Projeto que institui o Programa Combustível do Futuro foi assinado nesta quinta (14/9) em Brasília. Texto prevê inovações em áreas como o combustível de aviação, o diesel verde e a ampliação do percentual de etanol na gasolina


 

“O mundo não tem outro remédio e não tem outra saída a não ser enveredar por esse caminho da produção de combustível limpo”. Mais do que uma afirmação, a frase do presidente Luiz Inácio Lula da Silva representa a síntese do que pretende o projeto de lei do Programa Combustível do Futuro, assinado nesta quinta-feira (14/9) no Palácio do Planalto por Lula e pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

 

A proposta mira a descarbonização da matriz energética de transportes, uma base industrial voltada para uma economia e mobilidade sustentáveis de baixo carbono e o incremento da eficiência energética dos veículos que tem como novidades a criação do Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação e o Programa Nacional do Diesel Verde.

 

Somam-se a isso importantes iniciativas previstas no texto, como a elevação dos limites máximo e mínimo da mistura de etanol à gasolina, a definição do marco regulatório dos combustíveis sintéticos e uma proposta de marco regulatório para atividades de captura e estocagem geológica de dióxido de carbono.

 

“O Brasil tem que decidir não apenas numa lei, mas decidir no nosso comportamento e na nossa vontade se a gente quer realmente se transformar numa nação grande, rica, soberana. Essa produção de biocombustível, essa transição energética que o mundo tanto clama, é uma oportunidade sui generis para esse país”, frisou o presidente. Lula ressaltou, ainda, que no campo dos combustíveis renováveis, o Brasil pode assumir um papel “tão ou mais importante do que o Oriente Médio é para o petróleo”.

 

O evento contou com a presença do presidente da Câmara, Arthur Lira, além de ministros, parlamentares, diplomatas, empresários, representantes de missões estrangeiras e especialistas do setor de energia,

 

PROVEDOR – O projeto de lei do Programa Combustível do Futuro é visto como um marco no contexto das diversas ações adotadas pelo Governo Federal desde o início do ano e fortalece a política ambiental brasileira, contribuindo para que o país possa atingir as metas internacionais de redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE). O ministro Alexandre Silveira classificou o Programa como “a consolidação da transição energética no Brasil”.

 

“É uma prestação de contas do que já fizemos para a transição energética no nosso país. É o Brasil trilhando a liderança de energias limpas e renováveis no mundo para salvaguardar o planeta. O Brasil será provedor de soluções de baixo carbono para outras nações”, afirmou.

 

Segundo ele, esse é um caminho de essencial no mundo atual. “A Aliança Global para os Biocombustíveis não tem volta”, resumiu, numa referência ao lançamento da iniciativa durante a Cúpula do G20, num evento em que o presidente Lula esteve ao lado do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. A aliança aposta no papel dos biocombustíveis e dos veículos flex na descarbonização do setor dos transportes. A intenção é fomentar a produção sustentável e o uso desses produtos, o que coloca o Brasil em uma vitrine de grande projeção, pelo histórico de produção, manejo e know how. Outros 19 países e 12 organizações internacionais fazem parte da aliança.

 

“Hoje estamos aqui para mais uma ação da liderança da transição energética. É integração dos veículos flex, híbrido e elétricos. É a segunda geração do etanol. É mais eficiência dos motores com E30. É o nosso biodiesel. É o diesel verde. É o combustível sustentável de aviação. É a captura e a estocagem de carbono. Tudo isso é o Combustível do Futuro”, completou o ministro Alexandre Silveira.

 

 


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