Política Nacional

Marun diz esperar que investigações sobre Janot avancem

“Tenho convicção de que mais gente da antiga cúpula da PGR deve explicações”


O ministro-chefe de Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse esperar que as investigações do Ministério Público Federal (MPF) que apuram irregularidades no acordo de delação premiada de executivos da J&F avancem sobre o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e seu então chefe de gabinete, Eduardo Pelella.

“Espero que investigações prossigam porque tenho convicção de que mais gente da antiga cúpula da PGR deve explicações e acho que, se as investigações se aprofundarem, provavelmente outros também serão indiciados”, disse.

Como deputado, Marun foi relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou o caso no ano passado. Na época, ele cogitou sugerir o indiciamento de Janot, mas recuou após repercussão negativa.

Nesta segunda-feira (25), o MPF denunciou o ex-procurador Marcello Miller e o empresário Joesley Batista por corrupção. As investigações começaram em setembro de 2017, após a descoberta de um áudio de uma conversa de Joesley dando indicativo de que o ex-procurador teria atuado para os executivos do grupo empresarial antes mesmo de pedir exoneração do cargo na PGR.

Marun afirmou ter “convicção” de que Janot sabia que os executivos já haviam iniciado tratativas com a PGR um mês antes da data do áudio, diferentemente do que o ex-procurador-geral relatou. “Dá para acreditar que delação como essa estivesse acontecendo sem que o procurador-geral soubesse? Queria perguntar a ele, tanto que o chamei na CPI, mas ele não foi, não compareceu. Sou do tempo que quem cala, consente”, afirmou.

Marun afirmou que na época “existiu total apatia” do Ministério Público em relação à “evidente participação ilegal e indevida de Miller naquele episódio” da delação. “Eu encaminhei, como deputado, pedido de investigação sobre a atuação de Miller, mas nada foi feito”, reclamou.

Ele também mencionou um e-mail de Miller com um roteiro sobre possível proposta de honorários em um eventual acordo de leniência ou delação. O pagamento mínimo, pelo texto de Miller, chegaria a R$ 15 milhões – com possibilidade de um aumento a depender da multa que fosse negociada com o Ministério Público Federal.


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