Ministro Lewandowski nega pedido de liberdade do ex-deputado Rocha Loures
Ex-deputado e ex-assessor do presidente Michel Temer deve ser transferido nesta quarta-feira para o presídio da Papuda, em Brasília. Defesa diz que ele é vítima de ‘coação ilegal’.
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou nesta terça-feira (6) um pedido de liberdade de Rodrigo Rocha Loures, mantendo assim a prisão preventiva do ex-deputado e ex-assessor do presidente Michel Temer.
Detido no sábado (3) por ordem do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato na Corte, Rocha Loures é investigado por suposta prática de corrupção, obstrução da Justiça e de integrar organização criminosa.
No pedido de liberdade, os advogados negaram as suspeitas e afirmaram que Rocha Loures foi vítima de “coação ilegal” e dizem que a prisão preventiva – decretada antes de um julgamento e sem prazo para terminar – tem como objetivo forçar uma delação premiada.
Na decisão, Lewandowski barrou a tramitação do habeas corpus por motivos processuais: lembrou que, segundo o entendimento do STF, não cabe apresentar tal tipo de ação para derrubar a decisão de outro ministro da Corte.
Em decisão recente, o ministro já havia negado pedido semelhante apresentado pela defesa do procurador Ângelo Goulart, preso na Operação Patmos. Na ocasião, Lewandowski argumentou que a jurisprudência do Supremo proíbe habeas corpus contra decisão de ministros da Corte.
Nesta terça, o ministro utilizou do mesmo entendimento para negar o habeas corpus a Rocha Loures.
Relembre o caso
Em março, Rocha Loures foi filmado pela Polícia Federal recebendo em São Paulo uma mala com R$ 500 mil. Segundo delações de executivos da JBS na Lava Jato, o dinheiro era a primeira parcela de uma propina que seria paga por 20 anos.
A prisão foi pedida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Desde o fim de semana, Rocha Loures está no prédio da Superintendência da PF em Brasília. Ele deve ser transferido nesta quarta para o Presídio da Papuda, na capital federal.
A Polícia Federal informou que, antes da transferência, Loures prestaria depoimento às autoridades. Segundo a defesa, no depoimento Loures deve usar o direito de ficar em silêncio.
Rocha Loures perdeu o mandato na semana passada, quando o ex-ministro da Justiça Osmar Serraglio decidiu retornar à Camara. Rocha Loures era suplente da bancada do PMDB e ocupava o posto de Serraglio.
O ex-deputado perdeu o foro privilegiado, mas continua investigado no STF por responder ao inquérito junto com o presidente Michel Temer.
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