“Não se pode mudar a lei em função de uma pessoa”, diz Marina sobre Lula.
Mesmo preso, o petista chegou a aparecer em pesquisas, em situação de liderança
A pré-candidata da Rede à Presidência, Marina Silva, defendeu nesta quinta-feira (24) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não seja apresentado ao eleitor como candidato às eleições de outubro a fim de que a lei da Limpa não seja desrespeitada.
Marina falou sobre o assunto na sabatina realizada pelo UOL, pela Folha e pelo SBT em São Paulo. A declaração da ex-senadora e ex-ministra nas gestões de Lula acontece a poucos dias de o PT realizar ato para o lançamento da candidatura do petista –que está preso em Curitiba desde o dia 7 de abril deste ano em cumprimento a uma pena de 12 anos e um mês no âmbito da Operação Lava Jato
Indagada sobre a participação de Lula na disputa, a pré-candidata foi taxativa: “A lei deveria ser cumprida. Em uma democracia, não se pode mudar lei em função de uma pessoa”, afirmou, referindo-se à inelegibilidade decorrida da decorrida da condenação em segunda instância importa pela Ficha Limpa – sancionada em 2010, no último ano do segundo mandato de Lula. O petista foi condenado em primeira instância pelo juiz Sergio Moro e teve a pena aumentada em segunda instância, pelo TRF-4.
“Há uma mania de se fulanizar as leis. Não se pode fulanizá-las – a lei não pode se adaptar às pessoas, elas que têm que se adaptar às leis”, definiu.
Mesmo preso, o petista chegou a aparecer em pesquisas, em situação de liderança, com quase um terço das intenções de voto. Sobre o eventual apoio desse eleitor petista a uma candidatura dela, Marina defendeu que é preciso manter, primeiramente, “uma atitude de respeito” com os eleitores.
“Os eleitores não podem ser tratados como se fossem propriedade dos candidatos. Tratar eleitor como soberano, dono do seu voto, é uma questão de respeito. Não sou aquele tipo de pessoa que muda o discurso de acordo com a circunstância. Não encaro a justiça como vingança. Justiça para mim é reparação. Não tenho atitude e acho não ser civilizado tripudiar quem está entregue ao estado para cumprir sua pena. Agora, não posso fazer adaptação no discurso: quem cometeu erro, deve pagar por isso. Não fico feliz com isso. Não queria ver as principais lideranças de grandes partidos envolvidos em grandes crimes de corrupção”, declarou.
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