Política Nacional

OAB analisará delações para decidir sobre impeachment de Dilma

Entidade também vai examinar prisão de Delcídio Amaral na Lava Jato.
Comissão de juristas concluiu que pedaladas não servem para afastamento.


O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – órgão máximo de decisão da entidade – decidiu nesta terça-feira (1º) ampliar a análise sobre a viabilidade jurídica de um pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Além das chamadas “pedaladas fiscais”, a OAB irá considerar denúncias de delatores da Operação Lava Jato e a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) para avaliar um eventual pedido de afastamento da chefe do Executivo.

Na semana passada, uma comissão de juristas formada em outubro pela entidade concluiu, por três votos a dois, que as chamadas pedaladas fiscais nas contas do governo em 2014 não podem levar ao afastamento da presidente da República por terem sido cometidas no mandato anterior.

O parecer seria submetido nesta quarta à votação dos 81 conselheiros da OAB. Com base no documento, eles aprovariam ou rejeitariam um pedido formal de impeachment.

Com a ampliação da análise, caso não surjam novos fatos, a decisão final poderá ficar para fevereiro, informou o presidente da Ordem, Marcus Vinícius Furtado Coelho.

“Esperamos que a OAB tome uma posição o quanto antes e, advindo um fato concreto, possamos fazer [a votação] através de uma convocação de sessão extraordinária ainda neste mês de dezembro, no mês de janeiro ou eventualmente na próxima sessão ordinária de fevereiro”, disse.

A decisão de incluir outros assuntos na análise foi recomendada pelos presidentes estaduais da OAB. Em reunião nesta quarta, o grupo também recomendou a cassação dos mandatos de Delcídio e também do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

“A permanência desses dois parlamentares nos respectivos cargos é uma ofensa inaceitável à democracia brasileira e à probidade que deve orientar a atuação de todos os homens públicos”, diz carta assinada pelos presidentes estaduais, que também querem imediato afastamento de Cunha do comando da Câmara.


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