Planalto articula para evitar racha na base na eleição do sucessor de Cunha
Uma das ações costuradas nos corredores do palácio é a tentativa de que as legendas governistas definam um nome de consenso da base até o momento da votação. Assim, avalia o Planalto, Temer não precisaria passar pela situação de apoiar publicamente um deputado e se desgastar com os demais.
Com o discurso oficial de que é “indiferente” sobre quem será eleito para o comando da Câmara dos Deputados, o Palácio do Planalto articula, nos bastidores, uma saída para que a eleição na Casa, prevista para a próxima semana, ocorra sem risco de provocar um racha na base aliada ao governo Temer.
Uma das ações costuradas nos corredores do palácio é a tentativa de que as legendas governistas definam um nome de consenso da base até o momento da votação. Assim, avalia o Planalto, Temer não precisaria passar pela situação de apoiar publicamente um deputado e se desgastar com os demais.
A corrida pela presidência da Câmara, que estava limitada aos subterrâneos do Legislativo nas últimas semanas, foi deflagrada oficialmente na última quinta (7), quando Eduardo Cunha (PMDB-RJ) renunciou ao comando da casa legislativa.
Entre os auxiliares de Temer, a ordem oficial é para ninguém do governo interferir, publicamente, no processo de eleição do novo presidente da Câmara para evitar fissuras incontornáveis entre os partidos aliados. De qualquer forma, os ministros palacianos Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) estão acompanhando com lupas as movimentações dentro da base aliada.
Assessores de Temer admitem que “ninguém pode ser ingênuo de achar que o governo não está se movimentando”. “Para o governo, o ideal é que os próprios deputados da base cheguem a um consenso. É isso que o presidente tem dito a todos os deputados que vêm ao palácio pedir apoio”, relatou um assessor do peemedebista.
Na avaliação dos principais conselheiros do presidente em exercício, o mais importante neste momento é o Palácio do Planalto não “carimbar” o apoio a algum candidato, por exemplo, do partido “A”, pois, com isso, as legendas “B, C e D” poderão, por pressão política, deixar de votar projetos de interesse do governo na Casa.
Possíveis candidatos
Um mapeamento do Planalto apontou que a renúncia de Cunha, esperada há algumas semanas, resultou na movimentação de 10 a 12 parlamentares da base para suceder o peemedebista no comando da Câmara.
Interlocutores do governo dizem que, mesmo com a expectativa da renúncia, o Planalto trabalhava com a hipótese de ter entre três e quatro candidatos da base, mas não mais de dez, o que, segundo relatos, gerou uma “surpresa” entre os responsáveis pela articulação política do governo.
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