Plataformas de exploração do pré-sal no centro da nova fase da Lava Jato
Em 2012, o Consórcio Integra, formado pelas empresas Mendes Júnior e OSX, assinou com a estatal do Petróleo contrato no valor de US$ 922 milhões relacionado as plataformas, mesmo não tendo, segundo as investigações, experiência para cumprir o contrato.
A 34ª fase da Lava Jato investiga irregularidades relacionados à contratação pela Petrobras de empresas para a construção de duas plataformas (P-67 e P70) de exploração de petróleo do pré-sal. As chamadas Floating Storage Offloanding (FSPO´s), investigadas pela operação, são unidades flutuantes de produção, armazenamento e transferência de petróleo voltadas à exploração dos campos de pré-sal.
Em 2012, o Consórcio Integra, formado pelas empresas Mendes Júnior e OSX, assinou com a estatal do Petróleo contrato no valor de US$ 922 milhões relacionado as plataformas, mesmo não tendo, segundo as investigações, experiência para cumprir o contrato.
Segundo o Ministério Público Federal, isso aconteceu após o repasse de valores a pessoas ligadas a agentes públicos e políticos. Anos depois, segundo informado ao Blog, essas mesma plataformas tiveram suas construções finalizadas na China.
A P-67 teria 353 mil toneladas, 288 metros de comprimento, 54 metros de largura e 31 metros de altura.
Ainda segundo o MPF, depoimentos de testemunhas e colaboradores, a apreensão de documentos e a análise da base de dados de fases anteriores, revelou detalhes do suposto esquema criminoso relacionado às plataformas, que teria beneficiado agentes públicos em diferentes esferas.
O MPF colheu indícios de que cerca de R$ 7 milhões foram transferidos, entre fevereiro e dezembro de 2013, pela Mendes Júnior para um operador financeiro ligado ao PT e à Diretoria Internacional da Petrobras.
Ainda segundo o Ministério Público, foi identificado repasse suspeito de mais de R$ 6 milhões pelo Consórcio Integra por contrato falso firmado em 2013 com a Tecna/Isolux.
O MPF afirma ter provas de que esse valor foi transferido de acordo com o interesse do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) e de pessoas a ele relacionadas.
Outro ex-ministro – o Guido Mantega (Fazenda) – também aparece entre os investigados da nova fase e foi preso temporariamente nesta quinta (22). A PF informa que o ex-integrante do primeiro escalão teria atuado diretamente junto ao comando de uma das empresas para negociar repasse de recursos para pagamentos de dívidas de campanha do PT.
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