Política Nacional

Presidente da CPI da Covid diz que ‘nunca houve’ compromisso do governo com a compra de vacina

Omar Aziz disse que todos sabem que houve ‘erro’ na condução da pandemia, mas que ele ainda não pode ‘falar nada’ do presidente Bolsonaro


O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que, de acordo com a apuração da comissão após duas semanas de depoimentos, “nunca houve o compromisso” pela compra de vacinas contra o coronavírus. Cabe ao Ministério da Saúde a aquisição de imunizantes no Brasil.

Para ele, todos sabem que houve “erro” na condução da pandemia no Brasil, como a defesa pelo governo de remédios ineficazes; e de teses equivocadas de imunidade de rebanho e isolamento vertical. Entretanto, Aziz declarou ainda não ter o que falar especificamente sobre a conduta do presidente Jair Bolsonaro.

“Vejo, pelo que nós já apuramos, pelo que eu estou vendo nos depoimentos, nunca houve o compromisso da compra da vacina. Sempre se tratou das questões da cloroquina, da ivermectina e de protocolos. E aí é importante saber que o próprio ministro Pazuello esteve em Manaus, no momento de maior dificuldade que nós passamos na história do Amazonas, ele esteve aqui. E aqui tem protocolo que até hoje é cumprido, em unidade básica de saúde de Manaus e do interior, daquele kit Covid”, afirmou o parlamentar.

Omar Aziz foi questionado sobre a decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), que concedeu ao ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello o direito de ficar em silêncio durante depoimento à comissão sempre que entender que as perguntas possam levá-lo ao risco de produzir prova contra si.
Aziz declarou que a decisão judicial tem de ser respeitada, mas que a comissão procurará a verdade “não só através do depoimento do ex-ministro, mas de um conjunto de fatores”. O senador disse também não acreditar que Pazuello “jogue fora” toda sua história mentindo à comissão.

“É importante ele responder porque ele não comprou a vacina da Pfizer quando recebeu, em setembro, um documento. E só em novembro que o Brasil entrou em contato com a Pfizer para poder comprar as vacinas”, afirmou o presidente da CPI.

O depoimento de Eduardo Pazuello à comissão está previsto para a próxima quarta-feira (19). Omar Aziz afirmou que o ex-ministro era o responsável pela negociação de vacinas, mas que a CPI descobriu, por meio do depoimento do ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten, que o ex-assessor do Planalto era quem estava negociando doses com a Pfizer.

“Houve erro na condução, isso daí todos sabemos. A questão da imunidade de rebanho, do kit Covid, isso não salvou ninguém. O que estamos procurando é ir mais a fundo, saber o porquê disso. Agora, dizer se A, B ou C foi responsável, é muito cedo para isso”, afirmou o senador do PSD.


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