Promotor contesta versão de Lula de que não tinha triplex em Guarujá
Segundo José Carlos Blat, do MP-SP, Bancoop vendeu ‘coisas concretas’.
O promotor de Justiça José Carlos Blat, do Ministério Público Estadual de São Paulo, afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era proprietário de um apartamento triplex no edifício Solaris, em Guarujá.
Tanto o Ministério Público paulista quanto o Ministério Público Federal apuram se Lula ocultou esse imóvel de seu patrimônio. A defesa do ex-presidente argumenta que ele nunca foi dono do apartamento, mas somente proprietário de cotas de um projeto da Bancoop, cooperativa do Sindicato dos Bancários de São Paulo. A cooperativa se tornou insolvente e transferiu imóveis inacabados para a construtora OAS, investigada na Operação Lava Jato.
“O ex-presidente Lula tinha uma cota de um projeto da Bancop e depois, quando este projeto foi transferido para uma outra empresa, ele tinha duas opções: pedir o resgate da cota ou usar a cota para a compra de um imóvel no edifício Solaris. E ele fez a opção – a família fez a opção – pelo resgate da cota”, afirmou Cristiano Zanin Martins, advogado do ex-presidente.
O promotor José Carlos Blat contesta essa versão. Segundo ele, na Bancoop, não existem cotas. “A Bancoop não é um consórcio. A Bancoop, ela oferecia unidades habitacionais. Todos, sem exceção, compraram apartamentos ou casas e, ao longo do tempo, pagaram as prestações devidas à Bancoop, que colocou um sobrepreço indevido, ilegal. Então, todas as pessoas que compraram da Bancoop compraram coisas concretas, ou seja, unidades habitacionais, apartamentos e casas. Não existem cotas da Bancoop”, declarou.
O advogado Cristiano Zanin Martins afirmou que toda cooperativa funciona por meio de cotas, que, no caso de cooperativas habitacionais como a Bancoop, os associados se reúnem pra realizar projetos residenciais a um custo mais baixo e que, ao final da obra, cada cota passa a equivaler a uma unidade, que pode ou não estar pré-definida.
A 22ª fase da Operação Lava Jato, teve como alvo o edifício Solaris. Segundo os procuradores da República que integram a força-tarefa da Lava Jato no Paraná, todos os imóveis desse edifício estão sob investigação. Em paralelo, está em andamento outra investigação, do Ministério Público Estadual de São Paulo.
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