Política Nacional

Relação com Congresso não melhora com Lula no governo, diz Cunha

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta terça-feira (15) que a eventual nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro para cuidar da articulação política não irá melhorar a relação do governo Dilma Rousseff com o Congresso.


Lula viajou nesta tarde a Brasília para conversar com a presidente Dilma e definir as condições para entrar no governo. A expectativa no Palácio do Planalto é que, com a sua influência, ele possa tentar barrar o processo de impeachment da petista.

Na avaliação de Cunha, a indicação dele para um ministério não parece “a melhor saída para nenhum dos dois”.

Ao assumir um ministério, Lula passaria a ter foro privilegiado e seria investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e não mais pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelo processo na primeira instância. Ele ocuparia o cargo de Ricardo Berzoini na Secretaria-Geral de Governo.

“É um direito dele e um direito dela nomear quem ela quer para o ministério, mas, efetivamente, eu não sei se é a melhor saída para nenhum dos dois, mas isso não vai mudar o cenário”, disse Cunha.

Para o presidente da Câmara, a deterioração da base aliada do governo no Congresso é tamanha que dificilmente poderá ser revertida com a ida de Lula para o governo.

“Eu acho muito pouco provável que melhore porque a deterioração da base do governo já está num tal nível que acho difícil reversão. A tendência é só perder, não tem o que ganhar. Eu acho que não tem mais ninguém que possa chegar e mudar essa relação”, afirmou o peemedebista.

Base aliada

Em tese, o governo tem maioria na Câmara dos Deputados, mas, desde o ano passado, tem enfrentado sucessivas derrotas na votação de projetos, muitas delas capitaneadas por Cunha, um dos maiores desafetos de Dilma.

No último fim de semana, o PMDB, principal partido da base aliada, decidiu colocar um prazo de 30 dias para definir se desembarca em definitivo da coalização com o Planalto.

A ida de Lula para um ministério seria uma tentativa de resgatar o apoio da base aliada, especialmente na comissão especial que irá analisar o processo de afastamento da petista.


Deixe seu comentário


Publicidade