‘Sair em primeiro não significa nada’, diz Maia sobre indefinição de candidato para presidir Câmara
Atual presidente da Câmara ainda não decidiu quem irá apoiar; Arthur Lira, líder do Centrão e aliado de Bolsonaro, lançou candidatura nesta quarta
Opresidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), minimizou a suposta demora dele e de seus aliados para indicar um candidato à eleição da nova presidência da Câmara, marcada para fevereiro. Segundo Maia, “sair em primeiro não significa nada”.
O escolhido terá como principal adversário o líder do PP e do Centrão, deputado Arthur Lira (PP-AL), que tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro. Ele lançou candidatura oficial na quarta, (9), mas há meses já vinha articulando o seu nome nos bastidores.
Para efeito de comparação, Maia citou a situação do deputado Celso Russomanno (Republicanos-SP), que acumula três derrotas na disputa à Prefeitura de São Paulo após largar na frente nas pesquisas de intenção de votos: “Você acompanha as eleições em São Paulo, não acompanha? Há quantas eleições o Celso Russomanno sai na frente e termina em último? Ou em quarto ou terceiro? Sair em primeiro não significa nada. O que significa é a construção de um projeto político que fique de pé”, afirmou Maia.
“Esse é o nosso propósito: construir um projeto que fique de pé e que garanta a independência à Câmara livre da interferência do Poder Executivo ou do Poder Judiciário”, prosseguiu.
Inicialmente, pelo menos cinco deputados eram cotados pelo grupo. No entanto, com o avanço das conversas, a negociação teria se afunilado em torno de três nomes.
Segundo Maia, o nome apoiado pelo grupo deverá ser divulgado nos próximos dias. Questionado sobre a expectativa de que isso acontecesse até esta sexta-feira (11), ele brincou dizendo que aguardaria um dia de “maior audiência” nos jornais para lançar a candidatura: “Se fizermos amanhã [sexta], o jornal de sábado é o que tem menos audiência. Hoje [quinta], já não dá mais tempo”.
A eleição para a presidência da Câmara será realizada em 1º de fevereiro de 2021. No entanto, as articulações se intensificaram a partir desta semana, após o STF fechar placar de 6 a 5 em julgamento virtual para proibir a reeleição nas presidências da Câmara e do Senado. Por isso, Maia não poderá se candidatar para renovar a permanência no comando da Casa.
Pauta econômica
Rodrigo Maia voltou a apontar risco de que o governo, ao insistir em pautas “de costumes”, vinculadas a temas morais ou religiosos, acabe atrapalhando a discussão de temas econômicos no Congresso.
Maia afirma que os dois principais grupos que disputam o comando da Câmara são favoráveis à agenda econômica do governo, mas parlamentares liberais que não integram a base aliada podem retirar o apoio a esses temas.
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