Política Nacional

Sem corte de cargos, enxugamento da máquina pode não gerar economia

Desafio será diminuir as 29 pastas para 17 ou 18


Lógica que permeou o discurso vitorioso nas eleições presidenciais deste ano, a redução do Estado brasileiro é um dos nortes de Jair Bolsonaro (PSL). A ideia de fundir ministérios e transformar 29 pastas em 17 ou 18, no entanto, deve gerar uma economia modesta se não passar por cortes reais no segundo escalão. O desejo inicial do presidente eleito era comandar apenas 15 pastas. Entre o primeiro e o segundo turnos da disputa pela Presidência, no entanto, o número variou conforme as pressões e críticas de grupos que sustentam Bolsonaro. O mais latente deles foi o imbróglio envolvendo a fusão do Meio Ambiente com a Agricultura.

Nesta quarta-feira (7), o presidente eleito voltou a afirmar que as pastas não serão mais fundidas, mas deixou em aberto o futuro dos ministérios. “O que não pode é ter briga entre eles. Isso não pode continuar acontecendo. Queremos preservar meio ambiente, mas não pode ter atrito”, comentou.
O orçamento federal deste ano está avaliado em R$ 3,5 trilhões. Deste montante, R$ 1,2 bilhão está reservado para os 23 ministérios, duas secretarias (de Governo e Geral) e quatro órgãos com status ministerial (Advocacia-Geral da União; Banco Central; Casa-Civil e Gabinete de Segurança Institucional).

Do que foi anunciado até o momento, pelo menos 18 pastas devem ser incorporadas em “superministérios” e novas seis pastas surgiriam desse movimento. A soma dos orçamentos desses gabinetes gira em torno de R$ 882 milhões, mas as economias geradas com essas integrações, no entanto, ainda não podem ser calculadas dada a falta de indicação de corte que o próximo governo fará nos gabinetes.

“A economia é muito inexpressiva, quase nula. É muito mais no plano simbólico, de passar uma mensagem para a sociedade, que o governo será severo com a coisa pública. Muito embora se tenha uma disputa ideológica o que importa é o segundo escalão”, explicou o especialista em contas públicas da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Adriano Gomes.


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