Sem produção adicional, geração de energia será insuficiente a partir de outubro, alerta ONS
Volume de chuvas abaixo do esperado em agosto agravou cenário, sobretudo em reservatórios da região Sul. ONS vê necessidade de 5,5 GW adicionais a partir de setembro
OOperador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que, a partir de outubro, a capacidade atual do país de geração de energia elétrica será insuficiente para atender à demanda. Na avaliação do órgão, é “imprescindível” aumentar a oferta de energia em cerca de 5,5 GW a partir de setembro.
As conclusões constam de uma atualização da nota técnica de monitoramento das condições do setor elétrico até novembro.
Entre as soluções que o ONS sugere para aumentar a oferta estão aumentar a importação de energia e a colocar em operação mais usinas termelétricas — que geram energia mais cara (leia mais abaixo as propostas do órgão).
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), presidido pelo Ministério de Minas e Energia, já havia informado que há “relevante piora” das condições hídricas no país, sem detalhar o quadro.
A quantidade adicional necessária, de 5,5 gigawatts (GW), corresponde a cerca de 7,5% da carga diária atual do sistema elétrico.
Segundo o ONS, os principais reservatórios do país chegarão ao fim do período seco, ou seja, em outubro, com níveis baixos de armazenamento. E mesmo com as medidas adotadas até agora para garantir o fornecimento de energia, “os recursos são insuficientes para atendimento ao mercado de energia e demandarão novas medidas no curto prazo”.
O cenário se agravou em razão do volume de chuvas menor do que o esperado para agosto, principalmente nos reservatórios da região Sul.
Medidas para evitar apagão
O Operador Nacional do Sistama sugere as seguintes medidas para evitar o risco de um apagão a partir de outubro:
– adiar as manutenções programadas das termelétricas, medidas que obrigam a paralisação das usinas;
– criar condições para aumentar a importação de energia da Argentina e do Uruguai;
– colocar em operação, as usinas termelétricas que atualmente não têm contrato com o governo para fornecimento de energia;
– resolver questões judiciais que impedem o funcionamento de cinco usinas termelétricas: Goiânia II, Campina Grande, Maracanaú, Palmeira de Goiás e Pernambuco III;
– viabilizar um terceiro navio regaseificador, para garantir o gás natural que permite o funcionamento das termelétricas Termoceará, Fortaleza e Vale do Açu; e
– substituição da energia que deixar de ser gerada em razão da manutenção programada da plataforma de Mexilhão e do gasoduto Rota 1, ambos da Petrobras, que escoam gás natural para termelétricas;
– colocar em operação a usina termelétric
a GNA I, em São João da Barra (RJ).
Com essas medidas, diz o ONS, “o atendimento energético é viabilizado a partir da incorporação de recursos adicionais, resultando em ganhos de armazenamento e eliminando possíveis déficits”.
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