STF recebe pedido de inquérito sobre Renan com quase 2 mil páginas
Investigação em segredo de Justiça foi encaminhada para Edson Fachin.
O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu do Ministério Público Federalum novo pedido de inquérito envolvendo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), com 1.922 páginas, distribuídas em 9 volumes. O caso, que tramita em segredo de Justiça, chegou à Corte e apura suposta prática de lavagem de dinheiro e peculato (desvio de recursos públicos).
O documento foi encaminhado ao ministro Edson Fachin, relator de outro caso envolvendo o senador em que é acusado de peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso. Caberá também a ele autorizar a nova investigação.
No outro inquérito, a Procuradoria Geral da República diz que Renan apresentou notas fiscais falsas ao Conselho de Ética do Senado em 2007, quando se defendia de um processo de cassação. A nova apuração sobre Renan Calheiros foi originada do inquérito sobre as notas frias. Dentro dela, o Ministério Público encontrou indícios de “infrações penais tributárias”, como sonegação de impostos, relacionadas à venda de gado, e abriu uma nova frente de investigação específica para isso.
O inquérito original surgiu de suspeitas de que um lobista ligado à empreiteira Mendes Júnior pagava a pensão de uma filha que ele teve fora do casamento com a jornalista Mônica Veloso. O escândalo, ocorrido em 2007, foi uma dos fatores que levou Renan a renunciar à presidência do Senado na época.
Para desmentir, Calheiros apresentou ao Conselho de Ética notas e comprovantes de transporte de gado para comprovar que tinha renda suficiente para arcar com a pensão. Uma análise da Polícia Federal, no entanto, levantou dúvida quanto à veracidade dos documentos e a PGR denunciou o senador por falsidade ideológica. Esse inquérito já tem quase 9 mil páginas. No STF, Renan também é alvo de seis inquéritos derivados da Operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobras e sob relatoria do ministro Teori Zavascki.
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