Temer diz que impeachment é uma coisa ‘natural da democracia’
Presidente interino deu a declaração ao ser questionado se estava ‘nervoso’.
No dia em que o Senado começou a julgar Dilma Rousseff, o presidente em exercício Michel Temer afirmou que, na opinião dele, o impeachment é uma coisa “natural da democracia”. O peemedebista deu a declaração – ao final da cerimônia de recepção da tocha paralímpica no Palácio do Planalto – ao ser questionado por jornalistas sobre se estava “nervoso” e “inseguro” com o julgamento final da presidente afastada.
Se ao final do processo os senadores decidirem afastar definitivamente Dilma do comando do país, Temer deixará de ser interino e passará a ser o presidente efetivo. “Isso [impeachment] é uma coisa tão natural da democracia”, disse Temer aos repórteres depois de ser indagado sobre sua expectativa em torno do desfecho do processo de afastamento da petista.
O julgamento que irá analisar se Dilma cometeu crime de responsabilidade foi aberto na manhã desta quinta pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, e deve se estender até a madrugada do dia 31. Na primeira parte da sessão, aliados da presidente afastada apresentaram 10 pedidos para tentar suspender, anular ou retirar trechos da acusação. Lewandowski, no entanto, rejeitou todas as questões de ordem.
Ao longo das primeiras quatro horas do julgamento, senadores que integram a base aliada de Temer bateram boca com aliados de Dilma. Em um dos episódios mais tensos da sessão, os senadores Gleisi Hoffmann (PT-PR), Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Lindbergh Farias (PT-RJ) trocaram duras acusações, gerando uma discussão generalizada no plenário do Senado.
Informante
Após realizarem um intervalo para o almoço, os senadores retomaram o julgamento no início da tarde desta quinta. Nesta etapa, teve início a tomada de depoimentos das testemunhas arroladas no processo pela defesa e pela acusação.
Indicado pelos autores do pedido de impeachment, o procurador Júlio Marcelo de Oliveira, representante do MP junto ao TCU), passou da condição de testemunha de acusação para a de informante no julgamento do impeachment.
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