Temer faz estreia internacional pragmática mas ‘apreensiva’ com relações bilaterais
Presidente participará no encontro do G20 – grupo que reúne as maiores economias do mundo
a Em meio a certa cautela internacional quanto ao processo de impeachment que derrubou o governo de Dilma Rousseff, o presidente Michel Temer, agora confirmado definitivamente no cargo, embarcou para a China, onde participará nos dias 4 e 5 de setembro do encontro do G20 – grupo das maiores economias do mundo.
É fácil entender sua pressa nos últimos dias para encerrar o julgamento. De um lado, a ocasião dá a Temer um palco de destaque para sua estreia internacional, já que estarão presentes no encontro os líderes mais importantes do mundo, como o presidente americano, Barack Obama, e a nova primeira-ministra britânica, Theresa May.
De outro, lhe garantirá uma recepção amigável do país anfitrião, já que a China, pragmática nas suas relações externas, está mais interessada em construir um bom relacionamento com o novo governo brasileiro do que em se preocupar com a legitimidade ou não do processo que lhe alçou ao poder.
Sob o comando do Partido Comunista desde 1949, o governo chinês não costuma interferir em questões de política interna de outros países. Mesmo antes de concluído o julgamento de Dilma, já estava cofirmado um encontro entre Temer e o presidente Xi Jinping, em Hangzhou, cidade próxima a Xangai onde ocorrerá o G20.
Apreensão chinesa
Não que o processo de impeachment tenha sido visto com tranquilidade pelo governo chinês, acredita Evandro Menezes de Carvalho, professor de direito internacional da Fundação Getúlio Vargas, que visita com frequência o país. Pelo contrário, a mudança causou apreensão, já que Pequim tinha construído uma boa relação com Brasília durante os governos petistas, inclusive com a criação dos Brics – grupo de grandes nações emergentes que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – e o fortalecimento do G20, ainda no governo Lula.
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