Wagner diz que escuta em ligação dele a Rui Falcão é ‘grampo ilegal’
Ex-ministro da Casa Civil disse que pedirá investigações sobre grampo.
O ex-ministro da Casa Civil Jaques Wagner, atual chefe de gabinete da presidente Dilma Rousseff, afirmou nesta sexta-feira (18) em nota divulgada à imprensa que a divulgação dos áudios de um telefonema entre ele o presidente nacional do PT, Rui Falcão, desrespeita a Constituição e a escuta é um “grampo ilegal”.
Na última quarta (16), o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, retirou o sigilo de telefonemas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva interceptados pela Polícia Federal.
A ligação na qual se falam Wagner e Falcão foi feita por meio de um celular utilizado pelo ex-presidente Lula e ocorreu em 10 de março, dia em que foi divulgado o pedido de prisão feito pelos promotores Cassio Conserino, José Carlos Blat e Fernando Henrique Araújo, do Ministério Público de São Paulo. No mesmo dia, parlamentares petistas foram chamados ao Instituto Lula para avaliar os impactos políticos do pedido de prisão.
“É imprescindível afirmar que a gravação foi baseada em um grampo ilegal uma vez que nem o presidente do PT nem eu, somos alvos de investigação, e que a divulgação deste diálogo caracteriza mais um claro desrespeito à Constituição, às liberdades individuais e ao Estado de Direito Democrático”, afirmou Wagner na nota divulgada nesta sexta.
“Vou solicitar investigação sobre a existência de grampos em telefones da Presidência da República, bem como sobre a autorização de divulgação de diálogos privados feitas de forma ilegal”, acrescentou o ministro.
Conforme trecho da gravação, Falcão cobra de Wagner uma reação do governo sobre o pedido de prisão do ex-presidente Lula. Segundo os investigadores, eles também falam sobre o que aconteceria com o pedido de prisão se o ex-presidente aceiasse um ministério imediatamente. Questionado por Falcão, Wagner diz não saber qual seria o impacto da nomeação.
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