Amapá pede para sair de condenado à pobreza ao eldorado do petróleo
Enquanto a vizinha Guiana Francesa, que autorizou exploração, vive boom econômico, e a capital Caiena se tornou a ‘Miami’ do norte da América do Sul
(Leandro Mazzini – publicação na Revista Istoé)
O grito de socorro do estado do Amapá ecoa cada vez mais alto entre gabinetes do Palácio do Planalto e da Esplanada dos Ministérios – é bramido pelo governador Clécio, em especial. Mas só o Ibama e o Ministério do Meio Ambiente se fazem de surdos para a importância econômica e barram a autorização de pesquisas para exploração de petróleo na foz do rio Amazonas.
A demanda causa uma briga discreta entre os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Marina Silva (MMA). Já é certo no governo que um deles vai cair ano que vem, por causa disso.
A despeito da necessária preocupação dos órgãos ambientais sobre manguezais e vida marinha, há desinformação descabida na superfície do noticiário defendido pelos ambientalistas: não se trata de potencial exploração das margens da foz do Amazonas em Macapá – e sim centenas de quilômetros da costa marítima além da foz.
Os defensores da atividade petroleira citam que o Amapá registra o 26º PIB do país, alto índice de suicídios entre jovens, sem perspectivas para estudo superior, emprego e renda; não tem um polo de entretenimento (a orla da foz, seu cartão postal, carece até de um passeio com gradil). Macapá não possui um bom hotel 3 estrelas, enquanto a vizinha Guiana Francesa, que autorizou a exploração, vive boom econômico há duas décadas, e a capital Caiena tornou-se a ‘Miami’ do norte da América do Sul.
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