Antônio Feijão afirma que Câmara poderá eleger um novo presidente
“Só nova eleição para legitimar o Vice presidente da República em eventual governo de michel temer”
Entrevistado na manhã de sexta-feira, 06, no programa LuizMeloEntrevista (Diário FM 90.9), o cientista político e ex-deputado federal Antônio Feijão afirmou que, com o afastamento do mandato de Eduardo Cunha (PMDB/RJ) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a melhor alternativa para legitimar o vice-presidente da República em eventual governo de Michel Temer (PMDB/SP) é a realização de nova eleição para eleger o presidente da Câmara, que, com o impeachment de Dilma Roussef, passa a ser o segundo nome na linha sucessória.
Conforme explicou o cientista político, em meio à nova realidade política que se desenha para o país o atual vice-presidente da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA) não possui lastro político para agregar as diferentes correntes do parlamento, tanto que vários partidos já estão se movimentando para que sejam realizadas novas eleições.
“Nesse momento importante da vida nacional, e com a concretização do impeachment da presidente Dilma Roussef, a governabilidade só será viabilizada com um amplo apoio político; para isso, o presidente da Câmara terá que ser legitimado através de uma nova eleição, principalmente pelo fato incontroverso de que a Constituição Federal prevê que, na ausência do vice presidente da República – que seria o fato, com a ascensão de Temer – o segundo na linha sucessória passa a ser o presidente da Câmara e, na falta deste, o presidente do Senado; se o quadro não for alterado com uma nova eleição, o segundo na linha sucessória passa a ser o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB/AL), ante a ausência do presidente da Câmara Eduardo Cunha, que está afastado do cargo por determinação do STF; exatamente por isso vários partidos já estão se articulando para convocar novas eleições, como o Democratas e o PPS, por exemplo”, pontuou Feijão.
Para Feijão, o novo presidente da Câmara deverá ser um representante do baixo clero: “Com a efetivação de novas eleições, o mais provável é que mais uma vez será eleito um azarão, como aconteceu, por exemplo, com o deputado Aldo rebelo, que apesar de azarão, era muito respeitado por todos os setores, principalmente por sua biografia limpa”, previu.
Questionado sobre as ações determinantes de Eduardo Cunha para o descortinamento de uma nova realidade no país, e o afastamento dele do mandato e, via de conseqüência, da presidência da Câmara, Antônio Feijão afirmou que o parlamentar tinha conhecimento que o desfecho não poderia ser diferente: “O resultado não poderia ser diferente; o Eduardo Cunha foi o construtor da guilhotina, é mais um Danton que se vitimou por sua própria revolução; a partir de agora, entretanto, o país terá que andar, superar as dificuldades, repactuar os Poderes e levar essa repactuações às ruas, com o objetivo de mostrar os princípios e fundamentos democráticos, como forma de solucionar os problemas nacionais e fortalecer a democracia”, sugeriu.
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