Deputado federal por três mandatos consecutivos, o geólogo Antônio Feijão, um dos mais respeitados analista político do estado prega a união da classe política para o enfrentamento da crise, com respeito à independência dos Poderes. Também ouvido no programa LuizMeloEntrevista, ele elogiou o posicionamento da maioria dos deputados estaduais porque, na opinião dele, garante a consolidação da independência dos Poderes.
“Essa independência é salutar no estado democrático de direito. O parlamentou reagiu quando sentiu necessidade de reagir, mostrando independência. A crise é uma academia: você reage e ganha musculaturas; se parar, você perde musculatura. Isso é bom para o Waldez, como também é bom para o Parlamento. O deputado Ericláudio foi muito feliz no seu posicionamento. Ele e a deputada Marília (Góes, do PDT), são dois diferenciais, são dois parlamentares autênticos, realistas, falam a verdade, sem o contorcionismo semântico próprio dos políticos, e isso incomoda muita gente, mas são duas pessoas que se destacam no Parlamento por isso”.
Antônio Feijão também defende o diálogo: “O deputado Moisés não deve ir ao esforço das palavras, e isso ele faz muito bem, pois usa as palavras com força, quando é necessário. Ele vai construir agora o que sabe fazer muito bem, que é negociar, tudo de acordo com a constituição da personalidade, do caráter dele. E ele sabe que a responsabilidade é grande nesse momento de crise, em que temos o setor mineral falido, com as hidrelétricas importando empregos em vez de aproveitar a mão de obra local, e, até mesmo, por ironia, o fenômeno da Porococa, que tinha duas datas para se encontrar com os turistas, não resistiu e mudou de lugar. Este momento crítico tem que ser administrado com muita responsabilidade”, aconselhou.
Para Feijão, o governo não pode abrir mão do diálogo: “O governador Waldez já deixou claro que vai continuar aberto ao diálogo. Diante disso, não tenho dúvida que eles vão se entender. Ele não pode simplesmente dar uma resposta, mas, sim, mostrar à sociedade de forma honesta e transparente a realidade política, econômica e financeira do estado. Do jeito que está, tudo em silencia, é que não pode ficar. Até o ‘Telinho’ (Teles Júnior, titular da Seplan) entrou no ‘vale das tubas’, esá em silencio. O governo tem que mostrar pra o que está de fato acontecendo, sem esquecer que a solução vem através da conversa, do diálogo franco e aberto”.
Medidas contra a crise
Por telefone, o titular da Seplan, Antônio Teles Junior disse que está preocupado com a possibilidade da fragmentação da base política do governo prejudicar a aprovação de medidas importantes para o combate da crise econômica: “Quero dizer ao Antônio Feijão que não fujo do debate, muito pelo contrário, tenho tido participação ativa nos debates, mas a rotina de trabalho é muito pesada. O que me preocupa é que essa cisão possa comprometer as normas administrativas que estamos propondo, porque tudo depende do Legislastivo. A a gente espera que o bom senso prevaleça, e os deputados votem de forma coerente essas propostas”.
Para o Secretário, o momento exige a busca de consenso através do debate político, com vistas à implantação de políticas públicas no estado: “O Amapá precisa rever o seu tamanho, a sua estrutura; não temos dinheiro para financiar a máquina administrativa, mas, mesmo assim, temos que avançar na implantação de políticas públicas, construindo o consenso através do debate político, da maturidade. É importante que o Parlamento tenha independência, mas crie consenso nas políticas públicos, porque o Amapá enfrenta problemas gravíssimos, que precisam ser resolvidos de forma eficiente e rápida”. (Ramon Palhares)
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