Política

Davi Alcolumbre se reúne com presidente da Petrobras e diz que Ibama “boicota país”

Senador esteve com governador do Amapá, Clécio Luis, e o colega Randolfe Rodrigues, na Presidência da Petrobras


 

Dias depois do Ibama pedir mais esclarecimentos a Petrobras sobre a proposta da estatal para mitigar riscos ambientas na exploração de petróleo numa área chamada de foz do Amazonas, na costa do Amapá, o senador Davi Alcolumbre (União-AP) se reuniu com a presidente da estatal, Magda Chambriard, e fez duras críticas ao órgão ambiental.

 

 

“Não é uma questão técnica.  Isso já passou há muito tempo de ser uma questão técnica. É claro o boicote contra o Brasil, o que estão fazendo”, disse Alcolumbre sobre o Ibama, ao O Globo, após a reunião.

 

Também participaram do encontro, na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), e o governador do Amapá, Clécio Luis (Solidariedade).

 

Na conversa, eles receberam apoio de Chambriard sobre avançar na exploração do petróleo, o que é amplamente defendida pelos políticos da região. Segundo eles, Chambriard disse que a Petrobras prepara prontamente para fornecer os dados solicitados pelo Ibama e dar sequência no projeto.

 

Na terça-feira, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, pediu mais esclarecimentos a Petrobras sobre a proposta da estatal para mitigar riscos ambientais na exploração de petróleo numa área chamada de foz do Amazonas, na costa do Amapá.

 

A licença de perfuração é necessária para que a Petrobras possa estudar a viabilidade de produção na região, parte da chamada Margem Equatorial.

 

As explicações da Petrobras não foram consideradas suficientes até agora por técnicos do órgão ambiental, formando o principal entrave para a liberação da licença. A estatal e parte do governo pressionam o Ibama. Um parecer assinado por 26 técnicos recomendou manter a negativa à emissão da licença.

 

 

“Há uma aposta muito grande do mundo e da Petrobras de que aquela área é uma área rica em petróleo, não é à toa que eles chamam de o segundo pré-sal”, afirmou o governador Clécio.

 

O órgão ambiental quer mais detalhes sobre a base de recuperação de fauna em caso de acidente com vazamento de óleo, em Oiapoque (AP), a 160 quilômetros do local de exploração de petróleo.

 

 

Nesta etapa, o que está em discussão é a pesquisa do poço, chamada tecnicamente de perfuração — e não a licença de operação comercial, para a produção. O objetivo da estatal, com a licença de perfuração é comprovar a viabilidade econômica da produção de petróleo na área.

 

No parecer, os ambientais afirmam que a revisão dos planos apresentados pela Petrobras não apresenta “alternativa viável” que mitigue de forma satisfatória perda de diversidade em caso de acidente com vazamento de óleo.

 

 

“O Ibama tem o seu papel, é um órgão técnico, agora nós também não queremos aceitar que sobre o rótulo técnico se esconda uma posição política”, disse Randolfe.

 

(Matéria publicada no O GLOBO)

 


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