Política

Edinho: “Abdon está sendo usado por Vinícius pra tomar PP”

Arrogância: Ex-deputado garante que vai defender o partido da ‘prepotência e arrogância do parlamentar


O ex-deputado estadual Edinho Duarte acusa o deputado federal Vinícius Gurgel (PR) de estar ‘por trás’ da pretensão do também deputado federal André Abdon (PRB) de se apossar do Partido Popular (PP), ao qual ele é filiado e tem o filho, vereador Diego Duarte como presidente do Diretório Municipal de Macapá. O desabafo foi feito na manhã desta terça-feira, 08, no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9).

 

“O deputado Vinícius Gurgel pensa que pode tudo, que pode comprar todo mundo, que todo mundo está à venda e que dinheiro resolve tudo, mas a coisa não funciona desse jeito. É claro que tem alguém por trás dessa atitude do deputado André Abdon, cujo perfil não se coaduna com isso, eu o conheço muito bem, é respeitoso, conheço toda a família dele, mas lamentavelmente ele está sendo usado pelo Vinicius Gurgel, tanto que ele (Vinícius), que é prepotente e arrogante, me disse por telefone que ele não me quer no partido. O Abdon pode até vir para o partido, para assumir o regional, e será muito bem vindo seja lá qual for o jeito que vem, atropelando todo mundo ou de forma pacífica, mas vou defender os limites do Diretório Municipal, que tem como presidente o vereador Diego Duarte, eleito em convenção, cujo mandato vai até 2017”, desabou.

 

Edinho Duarte revelou que, juntamente com o vice-governador Papaléo Paes e a ex-prefeita de Euricélia Cardoso, de Laranjal do Jarí, que também são filiados ao PP, teve um encontro com o presidente nacional do partido, Senador Cyro Nogueira, em Brasília, após a convenção partidária, onde ambos foram informados da pretensão de Abdon de se filiar à sigla e assumir a executiva regional.

 

“Foi uma conversa franca, e tudo o que estou falando aqui foi colocado lá. Eu não tenho nenhuma dúvida que ele (Abdon) vem para o partido, e só não veio até agora porque se o fizer sofre sério risco de perder o mandato, porque embora um parecer jurídico da Câmara dos Deputados, elaborado a pedido dele, diga que, por não ter suplente no partido ele não corre esse risco, há uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) determinando que o mandato pertence à coligação e não ao partido, e, como decisão do STF está acima de qualquer parecer, ele precisa agir com muita cautela, ter muito cuidado, porque o a primeira suplente da coligação é a Zilma Correia Balieiro dos Santos, de Santana, que teve mais de 10 mil votos, e o 2º suplente é o Ofirney Sadala”, alertou.

 

Questionado pelo apresentador do programa, Luiz Melo, sobre a possibilidade de a Executiva Nacional intervir no Diretório Municipal para assegurar amplo controle de Andre Abdon sobre o partido, Edinho Duarte foi incisivo: “Só em casos de irregularidades na convenção ou orientação partidária pode haver intervenção, porque não sei a situação do partido em outros estados, mas aqui, em Macapá, o diretório foi eleito em convenção, tudo dentro da legalidade e sem qualquer contestação; então, qualquer intervenção pode ser feita única e exclusivamente a título de orientação partidária, como, por exemplo, o diretório municipal optar por apoiar um determinado nome para concorrer à Prefeitura e a executiva regional insistir em outro candidato, aí sim, pode haver intevenção para resolver o problema, não para destituir os membros do diretório”.

 

Para o ex-deputado, há um açodamento desrespeitoso e perigoso da família de Vinícius Gurgel para que se aposse aleatoriamente de partidos no Amapá: “Os Gurgeis já têm, além do PR, outros cinco partidos, isto é, eles possuem uma verdadeira sopa de letrinhas partidárias, e eles não vêem limites, vão atropelando, passando por cima de todo mundo, usando de manobras condenáveis”.

 

Sobre a postura partidária do vice-governador, Edinho Duarte revelou que é de omissão: “O Papaléo já demonstrou instisfação com o partido, o que é recíproco no que diz respeito à insatisfação dos militantes com relação a ele. Ele está aceitando o atropelamento por parte do Vinícius Gurgel através do André Abdon, mas eu entendo a insatisfação dos militantes com o vice-governador, como também entendo a insatisfação dos militantes com relação a ele”. (Ramon Palhares)


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