Especialista descarta motivos religiosos nos conflitos do Oriente Médio
Daniel Chaves, mestre e doutor em história comparada, vê que tensões são decorrentes do interesse de libertação nacional de alguns países e do afã de querer sair do jugo imperialista europeu
Douglas Lima
Editor
O professor Daniel Chaves desmistifica a ideia consagrada de que os conflitos no Oriente Médio são de ordem religiosa. Para ele, pelo menos há quase cem anos, a tensão generalizada na região é decorrente do interesse de libertação nacional de alguns países e do afã de querer se libertar do jugo imperialista europeu.
“É difícil dizer quem tem razão”, pontuou Daniel Chaves no programa ‘Togas e Becas’ (Diário FM 90,9), na manhã deste sábado, 14. Ele é professor de história contemporânea e mestre e doutor em história comparada.
Quanto ao quem tem razão no Oriente Médio, o especialista esclareceu, por exemplo, que hoje não há guerra entre Israel e Palestina, mas sim um movimento do inimigo do Fatah, segmento que verdadeiramente busca a libertação nacional da Palestina.
Daniel cita o Hamas como o inimigo do Fatah, apontando-o como uma força periférica com apenas 15% da população da Palestina, mas com 100% de poder de fogo, financiado pelo Irã.
“Então, essa ideia consagrada de que no Oriente Médio se trata de uma guerra santa, é artificial. Os conflitos são decorrentes das tensões políticas existentes. Há intervenção de cunho político radical de todo tipo e de todos os lados”, descreveu o professor.
Para Daniel, uma prática radical das muitas que ocorrem no Oriente Médio, foi a investida do Hamas contra Israel, suscitando o conflito que já dura uma semana, com milhares de mortos e feridos, de ambas as partes, inclusive muitos inocentes.
“O Hamas está equivocado; vai na contramão da Convenção de Genebra, contra a ordem internacional que, se não tem uma Constituição, possui alguns códigos comumente compartilhados”, ensinou Daniel Chaves.
O professor indicou que o organismo mais próximo para acabar com as iniciativas radicais do Hamas é o Conselho de Segurança da ONU, que também pode resolver a atual situação no Oriente Médio, na diplomacia, ou mesmo usando o poder de força que tem.
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