Especialista diz que petróleo do Amapá deveria ser prioridade para o Brasil
Geólogo do Clube de Engenharia anuncia novo licenciamento para pesquisa sísmica pelo Ibama, mas para a Bacia de Santos e não a Margem Equatorial
Cleber Barbosa
Da Redação
Ricardo Latgé Milward de Azevedo, geólogo e diretor institucional do Clube de Engenharia, defende que a exploração da nova fronteira petrolífera brasileira, que abrange a Margem Equatorial dos estados do Amapá e Rio Grande do Norte, deve ser prioridade para a companhia.
Em seu artigo “Transição climática versus exploração e produção de petróleo no Brasil: um falso conflito”, publicado no site do Clube de Engenharia, Latgé argumenta que é necessário avançar na pesquisa dessa região para expandir a oferta energética do Brasil e promover o bem-estar social.
O geólogo critica a ideia de que é necessário aumentar a poluição para eventualmente reduzi-la. Ele aponta que a Petrobras, com sua competência técnica e compromisso ambiental, pode operar na Margem Equatorial sem comprometer os biomas da Amazônia. Latgé questiona a negação do pedido de licenciamento ambiental para perfurar um poço no bloco FZA-M-59, no Amapá, e defende que o debate sobre petróleo e mudanças climáticas deve ser mais equilibrado e racional.
Licença para operar
O Ibama concedeu recentemente à Petrobras (PETR3; PETR4) a licença ambiental para iniciar a pesquisa sísmica no Campo de Búzios, situado na Bacia de Santos. A estatal informou que o objetivo é coletar dados de alta qualidade com o uso de tecnologia avançada para aprimorar a identificação da distribuição de óleo, gás e água no reservatório.
A pesquisa está programada para começar entre setembro e outubro de 2024 e deverá durar cerca de oito meses. O Campo de Búzios, o maior do mundo em águas ultra profundas, atingiu a marca de 1 bilhão de barris de óleo produzidos desde seu início em 2018.
Margem equatorial
A Margem Equatorial é uma vasta região subaquática localizada ao longo da costa norte do Brasil, abrangendo desde o estado do Amapá até o Rio Grande do Norte. Esta área se estende desde a linha do Equador até cerca de 10 graus ao sul, abrangendo uma porção significativa da plataforma continental brasileira.
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