Política

Exportação pelo porto de Santana reduz em 60% custos de transporte da soja

Antes, o escoamento era feito por balsas até Belém. Agora será feito diretamente do Amapá


Com a exportação pelo porto da Companhia Docas de Santana, os produtores de soja reduzirão em 60% os custos com o transporte. A mudança marca o avanço do Amapá no setor de grãos e promete atrair novos investidores para o Estado.

O primeiro carregamento de navio cargueiro ocorreu na manhã da quinta-feira, 8, com destino a Europa. Foram 25 mil toneladas de soja 100% produzida no Estado.

Antes, o transporte era feito por balsas, um processo caro para os produtores. “Antes colhíamos a soja e transportávamos de caminhão até as balsas para Belém. Depois desembarcávamos no porto de Vila do Conde, por onde o produto era exportado”, explicou o presidente da Aprosoja, Daniel Sebben.

De acordo com a Associação dos Produtores de Soja do Amapá (Aprosoja), todo esse processo custava R$ 14,50 por saca de soja e foi feito nas três safras produzidas no Amapá. Cada saca com 60kg custa em média R$ 90,00.  Com o escoamento via porto da Companhia Docas de Santana, o custo logístico cai pra R$ 5,4, pois o produto é levado em caminhões e depositado em silos na Unidade Armazenadora, gerenciada pela empresa Cianport, até o momento da exportação.

“Essa redução representa mais renda para o produtor que terá condições de investir na produção e mais dinheiro injetado na economia amapaense”, afirmou Sebben.

A cada tonelada transportada, R$ 3,14 será arrecadado pela Companhia Docas de Santana, referentes a Tarifa de Movimentação de Carga. Outros tributos também serão arrecadados pelo Estado e município, como o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Neste primeiro carregamento, a expectativa da companhia é arrecadar R$ 200 mil. Já os produtores, esperam movimentar quase 30 milhões de reais, que serão distribuídos na economia amapaense.

Todos esses avanços, são resultados dos investimentos feitos pelo Governo do Estado como o incentivo ao plantio na área do cerrado e a pavimentação da Rodovia AP-340, que liga Macapá a Itaubal, região com plantio de soja. Além desses municípios, a área plantada de 17 mil hectares ocupa também Ferreira Gomes e Tartarugalzinho.

“Estamos investindo na atividade produtiva para que além de ser um Estado exportador, possamos resgatar outras atividades produtivas como a avicultura e fomentar a piscicultura, com foco na exportação”, afirmou o Governador do Estado do Amapá, Waldez Góes.

Essas medidas são um incentivo aos produtores para que aumentem a produção de grãos e atraiam a instalação de indústrias para a região. “Vamos produzir muito ainda, pois temos condições de escoamento com o asfaltamento da rodovia e a liberação do porto. Isso traz segurança para que possamos continuar investindo”, afirmou Gilberto Mioto, produtor de soja da região do Itaubal.

O Amapá é um Estado privilegiado por conseguir produzir a 100 km de distância do porto. Esta proximidade é o maior diferencial, que atrairá a produção de grãos do centro-oeste que é mais próximo do norte do que do sul, movimentando mais ainda a utilização do porto para exportação e a economia amapaense.

Processo
O processo iniciou no dia 27 de julho, quando começou o transbordo da soja colhida para a unidade armazenadora localizada na Companhia Docas de Santana. No local, os grãos ficaram estocados a umidade de, no máximo 14%, seguindo o padrão internacional até a data desta quinta-feira,8, quando foram colocados no navio cargueiro para exportação na Europa. O navio fará uma parada no estado do Maranhão e seguirá ao destino final. Mais de 100 produtores agrícola participaram do processo.

O escoamento via Porto de Santana é a última etapa do processo de exportação de grãos do Amapá diretamente para outros países. Um momento histórico para o Estado que deixa de ser consumidor e passa a ser produtor e exportador, gerando emprego, renda e fomentando a economia amapaense.


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