Diário Política

Gianfranco: “O socialismo que eu defendo é o científico”, diz candidato ao GEA

O professor de Geografia disputa pela segunda vez o cargo de governador do estado- a primeira foi em 2018. Em 2020, também disputou a Prefeitura de Macapá.


Railana Pantoja
Editora-chefe

 

Professor de Geografia há 22 anos, servidor público da rede estadual e professor em cursinhos preparatórios, Gianfranco Gusmão, de 49 anos, disputa pela segunda vez o cargo de governador do estado- a primeira vez foi em 2018. Em 2020, também pleiteou a Prefeitura de Macapá, sempre pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU).

Na manhã desta sexta-feira (26), Gianfranco participou do programa Luiz Melo Entrevista (Diário FM 90,9), e foi sabatinado, assim como outros candidatos ao Governo do Amapá e ao Senado em 2022.
O professor é presidente do diretório estadual do (PSTU), onde milita desde 1996, e compõe a executiva estadual da Central Sindical e Popular Conlutas. A vice na chapa, em 2022, é Ana Paula Pinheiro (PSTU), técnica de enfermagem e servidora pública municipal.

Diário- Saúde é uma emergência no estado. O que fazer para melhorar?
Gianfranco- A saúde está um caos e isso é culpa de todos que já passaram pelo poder e não tiveram coragem de mudar. O povo sofre todo dia com a falta de estrutura, medicamentos, servidores e superlotação das unidades. A pandemia veio escancarar isso e a gente não percebe os governantes tentando resolver, mas o prédio da Alap foi construído rapidinho. No meu governo, o PSTU vai buscar obras que atendam as necessidades de saúde da classe trabalhadora, isso é uma prioridade máxima. E vamos valorizar os servidores também.

 

Diário- No Brasil, temos uma infinidade de partidos, mas mais uma vez estamos vendo a polarização entre esquerda e direita. Qual é o socialismo que o senhor prega?
Gianfranco- Nós defendemos mudar a sociedade, isso significa combater esse sistema que mata e oprime. O capitalismo está aí há 500 anos e não consegue resolver os problemas que a maioria da população passa: fome, desemprego, carência de infraestrutura e meio ambiente. Nós pregamos uma revolução socialista, sim, tanto que não acreditamos que a eleição burguesa vá mudar nossa realidade. Então, o socialismo que eu defendo é o científico.

Diário- Você é da Educação, então tem ciência das principais demandas. Quais os projetos em seu plano de governo para melhorar a Educação?
Gianfranco- A Educação, assim como muitos setores, foi abandonada pelos governos que estão aí. Nem estado, nem municípios conseguem pagar o piso salarial dos profissionais da educação. Quem falar que paga, está faltando com a verdade. Este ano, o piso seria de 33%, e sabe o que o governador fez? Deu reajuste linear para todos os servidores e mais um auxílio alimentar, mas não pagou o piso. Sem contar as nossas perdas salariais de 72%. Precisamos valorizar o profissional financeiramente. E aí precisamos investir em infraestrutura também, para que o professor possa ter condições de educar.

 

Diário- Outro problema é o desemprego, que tem levado a população para fora do estado em busca de oportunidade. Como gerar emprego?
Gianfranco- Nosso estado está pobre e ainda temos uma das maiores taxas de desemprego. De acordo com o IBGE, 55% dos amapaenses passam por situação de insuficiência alimentar, que se dá justamente pela falta de emprego. Somando uns 400 mil amapaenses em situação ativa, temos 100 mil desempregados, sendo que 29 mil já são desalentados (pessoas que desistiram de procurar emprego). Os responsáveis por isso são os que estão há anos no poder. Para combater o desemprego, precisamos reduzir a jornada de trabalho para 36h, sem reduzir o salário, porque a cada três pessoas com jornada reduzida, abro uma vaga de emprego.

Diário- Como será seu relacionamento com o governo federal, para trazer recursos ao estado, caso seja eleito?
Gianfranco- Nosso relacionamento será de diálogo, fazer política significa isso. Tem gente que pensa que o PSTU não dialoga, mas a gente faz isso, sim, o que não aceitamos é abrir mão dos nossos princípios. Vamos ser sinceros, solicitar os recursos, mas também cobrar que os deputados federais e senadores façam sua parte angariando emendas, assim poderemos desenvolver um estado que defenda as classes trabalhadoras e pobres.

De candidato para candidato: Gilvam Borges (MDB) pergunta para Gianfranco (PSTU).
Gilvam- Professor Gianfranco, lhe pergunto a diferença entre socialismo, capitalismo e comunismo, e se o senhor acredita na luta armada para tomar o poder?
Diário- O capitalismo tem como objetivo o lucro, a exploração e a opressão. O socialismo preza o bem-estar social de toda a população. E o comunismo prega o fim do estado. Respondendo a outra pergunta: eu não acredito na luta armada para tomar o poder, quem defende isso é o presidente Bolsonaro, caso não seja eleito. O PSTU não defende o capitalismo e nem a democracia burguesa, queremos uma liberdade democrática e operária.


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