Política

Governo fiscaliza obras que impulsionarão a construção civil no Estado

O governador do Amapá, Waldez Góes, iniciou uma extensa agenda de inspeções técnicas para acompanhar o andamento das obras que devem injetar, até julho de 2016, R$ 257 milhões na economia movimentada pela construção civil no Estado.


Os empreendimentos fazem parte do Plano de Investimento de Infraestrutura (PII), lançado em setembro pelo governo e que prevê a aplicação de recursos na malha rodoviária estadual, em mobilidade urbana dos municípios e obras estruturantes para a saúde e educação, entre outros setores.

A primeira a ser visitada foi a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Sul de Macapá, na tarde desta terça-feira, 1. O chefe do Executivo inspecionou o canteiro acompanhado de secretários de Estado e de uma equipe técnica do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), principal credor das obras públicas no Amapá. A comitiva veio ao Estado para verificar a execução dos empreendimentos financiados pela entidade credora. É a partir do avanço de cada obra que o banco libera novos recursos.

Logo na primeira fiscalização, o Estado passou confiança aos técnicos do BNDES. Com quase 70% da construção já concluída, a UPA da Zona Sul entrou na fase final. Segundo o engenheiro Vitor Gemaque, da empresa responsável pela execução da obra, a construção entrou na etapa de acabamento.

No momento, os 60 operários que se revezam no canteiro trabalham na conclusão das instalações hidráulica, elétrica e de tratamento de esgoto, e forro. Também está sendo tocada a construção do estacionamento subterrâneo, o emassamento das paredes e a instalação dos tubos para fluidos medicinais. “Com um bom andamento das obras, os recursos são liberados com mais facilidade. Acredito que o próximo repasse será o final para esta obra da UPA Zona Sul”, comentou engenheiro Uirapuã Braga, responsável pelos financiamento de todas as obras do BNDES no Amapá.

O subsecretário de Infraestrutura, Marcos Jucá, lembrou que o governo encontrou a edificação com diversos entraves. Orçada inicialmente em R$ 3.689.099, recursos do BNDES, a construção da UPA foi iniciada em abril de 2014, com previsão de inauguração para setembro do mesmo ano. Mas, emperrada em processos burocráticos e atrasos em repasses durante a gestão passada, a obra teve que ser paralisada no início de janeiro deste ano.

Outros problemas foram inconsistências estruturais. O projeto apresentado ao BNDES previa a edificação em um terreno plano. No entanto, a área possui um declive de cinco metros de diferença entre os níveis mais alto e baixo. Por esta razão, foi necessário readequar o projeto original, que passou a ter, entre outras novidades, um estacionamento subterrâneo.

Contudo, estas adaptações exigiram um aditivo – um recurso extra de 25% do valor inicial. Isso só foi possível em agosto de 2015, após um longo processo de gestão política. A exemplo de outros empreendimentos no Estado, a UPA da Zona Sul só foi retomada depois que o chefe do Executivo fez uma série de visitas à sede do BNDES em Brasília e articulou apoio da bancada federal amapaense com a atuação da equipe técnica de governo para tirar o Amapá da situação de inadimplência perante o Governo Federal. Desde então, o Executivo estadual conseguiu a liberação de R$ 257 milhões junto ao BNDES, dos quais pouco mais de R$ 173 serão aplicados até o final do exercício de 2015, e os outros R$ 84 milhões estão previstos para serem investidos até o final do primeiro semestre de 2016.

“Felizmente conseguimos restabelecer a confiança e hoje temos garantidos recursos para continuar os investimentos do Plano de Infraestrutura em 2016. Atualmente, o governo conduz 19 obras com investimentos oriundos de operação de crédito junto ao BNDES. Mas também temos outras com recursos de emendas e do tesouro estadual. Só na saúde nós temos a sede do Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência], hospitais na capital e interior, maternidades, UPAs, entre outras”, listou Waldez Góes.

Segundo Jucá, a UPA da Zona Sul deverá ser entregue em cinco meses. “Temos previsão de conclusão das obras até antes, mas ainda teremos que equipá-la e montar uma equipe multiprofissional de saúde para colocá-la em pleno funcionamento”, explicou o subsecretário.

Quando concluída, a UPA da Zona Sul funcionará 24 horas por dia, com serviço intermediário entre a atenção básica e as unidades hospitalares de urgência e emergência. Terá capacidade para realizar exames laboratoriais, eletrocardiográficos e radiológicos, distribuição de medicamentos. A unidade contará com clínico geral e pediatria, equipe de enfermagem e outros profissionais de saúde que completarão a equipe médica. A estimativa é de que a UPA atenda, em média, 150 pessoas por dia e 4.500 ao mês.

A estrutura física comportará: recepção, sala de espera, oito leitos, sendo quatro leitos para observação, dois para emergência e dois para observação infantil; dois consultórios, posto de enfermagem, emergência, sala de raios-X com revelação, salas de eletrocardiograma, esterilização, atendimento de fratura, curativos, para inalação, aplicação de medicamentos, coleta de sangue, observação adulto e infantil, chefia, farmácia, secretaria, sala para plantonistas, copa, cozinha e refeitório, além de dependências administrativas.

Alça viária

A agenda de inspeções técnicas continua nesta quarta-feira, 2, com a visita às obras de mobilidade urbana de Macapá e Santana, e do plano rodoviário do Estado. Na capital, a obra vistoriada será a pavimentação da principal via do bairro Infraero II. O trecho estava sem manutenção há vários anos antes da atual gestão iniciar os trabalhos, em setembro último.

Em seguida, serão percorridos trechos das rodovias estaduais AP-070, AP-340 e AP-110. A execução destas pavimentações é importante para interligar importantes polos produtivos dos distritos de Macapá e de comunidades responsáveis pela produção agrícola, pecuária e extrativista de Mazagão e Itaubal.

Já na quinta-feira, 3, as inspeções chegam ao sul do Estado, no município de Laranjal do Jari, onde as obras visitadas estão no planejamento estruturante de saúde e de mobilidade urbana da cidade.


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