Política

Greve do setor econômico pode se estender a outros servidores

Apesar do movimento, secretário Alcir Matos diz que Expofeira não será prejudicada


A greve anunciada pelo Sindicato dos Servidores Públicos do Setor Econômico (Sindecon), que envolve oito órgãos do governo do estado, teve a adesão, nesse fim de semana, do Sindicato dos Engenheiros, e pode agregar outras categorias de servidores públicos estaduais. A revelação foi feita na manhã dessa segunda-feira, 19, pelos presidentes dos dois sindicatos no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9). A paralisação, de advertência, por 15 dias, está prevista para o período de 26 de outubro a 9 de novembro. A greve poderá prejudicar a realização da 51ª Feira Agropecuária, de 30 de outubro a 8 de novembro deste ano, no Parque de Exposições de Fazendinha, em Macapá.

De acordo com o presidente do Sindecon, Wellinson Maximin de Souza, o período escolhido para a greve foi estratégico porque se o movimento, de fato, for deflagrado, afetará totalmente as atividades da Expofeira, considerando que os órgãos do setor econômico são vitais para o acontecimento.

“Nós deliberamos pela greve no dia 2 de outubro e, no dia 9, fizemos o comunicado oficial ao governo, com antecedência de 17 dias, dando tempo, portanto, para que nossas reivindicações sejam atendidas. Já decorreram dez dias dessa comunicação, mas, lamentavelmente, até agora não houve qualquer manifestação do Palácio do Setentrião. Nosso movimento é legítimo, porque o governo prega tanto o aquecimento da economia, através do setor primário, mas os órgãos desse setor estão à míngua, sem viaturas, sem combustíveis, com os salários dos servidores altamente defasados, enfim, completamente no abandono”, reclamou Wellinson.

O presidente do Sindicato dos Engenheiros, Fernando Santos, criticou duramente a disposição do governo de realizar a Expofeira em meio à crise econômica instalada no Amapá: “Não conseguimos entender e não dá pra aceitar que o governo realize a Expofeira na envergadura anunciada, como se fosse um estado rico, realizando novas despesas e deixando para trás compromissos anteriores sob a alegação de que não tem dinheiro para fazer o pagamento. Diariamente vão dezenas de fornecedores e prestadores de serviços fazer cobranças à Seinf, que deve cerca de R$ 12 milhões”, reclamou.

“Por deliberação da Assembleia Geral dos engenheiros, estamos unindo forças e fazendo um chamamento a todas as demais categorias para deflagrarmos um grande e amplo movimento. A falta de atenção para o setor de infra-estrutura, do qual fazemos parte, está fazendo e vai fazer com que a economia do estado volte a crescer, porque o setor é estratégico”, disse Fernando Santos.

Sem riscos
O titular da Secretaria de Estado de Infra-estrutura (Seinf), que também acumula a Secretaria de Desenvolvimento das Cidades, Alcir Matos, também no programa radiofônico, garantiu que, se de fato o movimento for deflagrado, em absolutamente em nada prejudicará a realização e o funcionamento normal da 51ª Expofeira.

“Acima do Fernando, na hierarquia, há outro engenheiro, inclusive com cargo comissionado, que possui todas as condições para a realização dos serviços necessários para a viabilização da Feira Agropecuária, que vai acontecer independentemente de uma eventual greve, porque é prioridade do governo do estado e atende aos anseios da população, que pediu a sua realização, e por acreditarmos que o retorno dos investimentos é garantido, representando, portanto, uma ferramenta inquestionável para alavancar a economia do Amapá”, pontuou o Secretário. (Ramon Palhares)


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