Política

Greve dos servidores da Unifap chega ao 4º mês e ameaça ano letivo

Movimento não dá sinal de acabar e causa prejuízos a concluintes, impedidos de entrar no mercado de trabalho


greve dos servidores da Universidade Federal do Amapá (Unifap) está chegando ao quarto mês e começa a preocupar os alunos, principalmente aqueles que iriam colar grau neste ano, porque com o movimento, que não tem data prevista para acabar, terão que adiar o acesso ao mercado de trabalho. “Estou cursando o último período de Direito, já fui aprovado no Exame da OAB, mas só posso começar a trabalhar com o diploma na mãe, mas pelo que se vê infelizmente a colação de grau não acontecerá mais este ano”, lamentou Fernando (nome fictício), que pediu para não ter sua identidade revelada.

A Reitora da Unifap, Eliane Superti, admite que o ano letivo está comprometido, mas diz que o fim da greve não depende da direção da Unifap, por ser o movimento nacional: “Infelizmente a situação nos leva a reconhecer que não apenas o segundo semestre está comprometido, porque também ainda falta concluir pelo menos 25% do primeiro semestre, significando dizer que, dependendo de quando a greve vai acabar, o ano letivo de 2015 pode ser encerrado em meados do ano que vem, ou até mais”, prevê.

Na opinião de Superti o problema maior reside na falta de diálogo do governo federal: “As negociações se arrastam, apesar dos esforços do comando nacional da greve, por falta de vontade política do governo, tanto que, em média, ocorre apenas uma reunião por mês sem a aprovação efetiva de nenhum item da pauta de reivindicações. A situação se agrava ainda mais porque a greve não é apenas dos docentes, mas, também, do corpo técnico, que é o responsável pela elaboração e execução de projetos, fazendo com que os investimentos possíveis de serem executados estejam reduzidos a zero atualmente”, lamenta.

De acordo com a Reitora, a Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC) tem dado sinais de boa vontade, acenando positivamente ao acatamento de grande parte da pauta de reivindicações, mas o desfecho acaba sendo obstaculizado pelo Ministério do Planejamento, por causa dos impactos negativos que a concessão de determinados pleitos podem ter na folha de pagamento.

A Reitora revelou à reportagem do Diário do Amapá que vários itens da pauta já são consenso entre a categoria e a Secretaria, o que já foi manifestado através de documento enviado ao comando de greve pela Secretaria, mas recusou-se a fornecer cópia sob a alegação de que, embora não tenha caráter sigiloso, trata-se de correspondências trocadas entre a Secretaria e a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), cuja divulgação não foi autorizada – apesar de que, também, não proibida.


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