Josiel Alcolumbre defende campanha de exploração de petróleo na costa do Amapá
Presidente estadual do Sebrae disse, nos Estados Unidos, que Brasil não deve perder oportunidade de explorar riquezas existentes na Margem Equatorial
O presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae no Amapá, Josiel Alcolumbre, cobrou, nesta segunda-feira, 6, a liberação do Ibama para a campanha de exploração de petróleo da Petrobras na costa do Amapá, seu estado de origem.
“Que não percamos a oportunidade de explorar as riquezas depositadas no leito da Margem Equatorial”, disse em discurso na abertura do Pavilhão Brasil, na Offshore Technology Conference (OTC), em Houston, Texas (EUA).
“Qual a diferença de explorar petróleo em Urucu e a 540 quilômetros da foz do rio Amazonas?”, questionou. Josiel é irmão do senador e atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (União/AP). Também é pré-candidato à Prefeitura de Macapá, capital do estado.
A Petrobras produz há décadas petróleo e gás natural no polo de Urucu, em terra, no Amazonas. Abastece a refinaria de Manaus, vendida para o grupo Atem, e a região metropolitana dessa capital.
Ao lado do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, Josiel Alcolumbre afirmou que a companhia é “responsável ambientalmente” e “gera riqueza”.
Também incorporou o discurso da Petrobras ao afirmar que sem a abertura da fronteira exploratória da Margem Equatorial, em águas profundas de estados das regiões Norte e Nordeste, o Brasil pode perder a autossuficiência na produção de óleo.
“[A exploração vai] permitir que nós não voltemos a importar petróleo”, disse.
“Peguem os números e façam as contas. Qual é a decisão que o Brasil quer ter? O Brasil quer ser importador de petróleo daqui a 15 anos? Quer ser muito importador de petróleo daqui a 25 anos? Ou quer pelo menos equilibrar o jogo? A gente realmente precisa de novas descobertas”, afirmou Joelson Mendes à epbr, em abril. Mendes é o diretor de Exploração e Produção da Petrobras.
Funai pediu mudanças em projeto
Ano passado, o Ibama pediu à Funai uma avaliação do possível impacto em terras indígenas da exploração de óleo e gás do bloco FZA-M-059 na Bacia da Foz do Amazonas.
De acordo com o órgão ambiental, a consulta é necessária em razão do sobrevoo de aeronaves em regiões com aldeias no município de Oiapoque, no Amapá. A Petrobras afirma que existe a previsão de apenas dois voos diários em um período limitado, de cinco meses. E que, por isso, não haverá impacto. A estatal afirma ainda que essa avaliação já tinha sido aceita pelo Ibama.
A Funai sinalizou ao Ibama que são necessários ajustes no projeto de licenciamento, além de um calendário de consulta às aldeias indígenas com conclusão prevista para 2025.
Petrobras e setores do governo favoráveis à exploração entendem que o cronograma não tem motivos para impactar o licenciamento. A companhia aguarda uma decisão do Ibama sobre o recurso apresentado no ano passado.
Brasil põe à prova políticas para choque em demanda de óleo
Uma consulta pública lançada na última semana abriu o debate sobre o papel da indústria de óleo e gás na transição energética brasileira, ao colher sugestões de políticas públicas para o setor em meio a uma pressão global pela redução de investimentos em combustíveis fósseis.
O debate aberto pelo governo – e que tem a exploração de petróleo como tema central –, foi tema da newsletter Diálogos da Transição na semana passada.
O Ministério do Meio Ambiente está mais alinhado com a trajetória de descarbonização que busca reduzir os incentivos para um setor que, globalmente, contribui com a maior parte dos gases de efeito estufa lançados na atmosfera.
A ministra Marina defende imposição de limites à exploração de petróleo, enquanto outras pastas, como o Ministério de Minas e Energia (MME), têm defendido que a produção de óleo e gás vai evitar que o país precise importar carbono.
Isto é o que conta para nossas emissões é o carbono consumido e limitar a abertura de novas fronteiras de exploração – e o debate posto é a Margem Equatorial – um país movido a diesel corre o risco de importar ainda mais combustível.
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