Política

Juiz entra com interpelação criminal contra Bode Queiroga

Segundo Ernesto Collares, prefeito de Laranjal teria feito ‘bravata’ para obrigar advogado a baixar valor de honorários


Ouvido com exclusividade nesta terça-feira pelo Diário do Amapá, o juiz Ernesto Collares, que foi citado pelo prefeito de Laranjal do Jari como suposto destinatário de propina para votar pela cassação do então prefeito Zeca Madeireiro pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AP), afirmou que está entrando com interpelação criminal contra Bode Queiroga.

“O dano moral é irreparável! Por isso estou entrando com interpelação criminal contra o Sr. Walber Queiroga. Tomei conhecimento, inclusive, que ele próprio já falou que tudo não passou de bravata para forçar o advogado interlocutor a baixar o valor dos honorários que ele ia receber de uma causa de interesse da prefeitura. Sou amapaense, aliás o único da primeira turma de juízes oriundos do primeiro concurso, com 24 anos de magistratura. Nesse tempo todo sempre honrei meu nome, da minha família e do meu Estado. Por causa de uma bravata criminosa meu nome está na boca do povo. Como vou desfazer tudo isso? Costumo dizer isso nas minhas sentenças: ‘a imprensa é o primeiro poder; acusa, julga e condena num ato só, sem direito de defesa”, desabafou o magistrado.

De acordo com Ernesto Collares, o direito de resposta nunca tem o mesmo efeito bombástico da notícia. “Mesmo assim, sou favorável à liberdade de imprensa. Apesar de alguns erros, ela presta relevantes serviços à sociedade. Quem conhece a minha família e a educação irrepreensível que tive, sabe muito bem que tenho uma origem honrada, como filho de um pecuarista e da professora Josefa Jucileide, que dedicou quase toda a sua vida à educação, contribuição esta reconhecida até os dias atuais, tanto que tem nome perpetuado na escola localizada no bairro Nova Esperança, ao lado do muro do Quartel do Exército”, reforçou, com saudosismo.

Ao final, o Juiz falou sobre o orgulho de ser magistrado: “Embora em não goste de falar no rádio ou televisão, como o Sérgio Moro, pode acreditar que eu e a maioria absoluta dos juízes somos ‘Sérgio Moro’. Ele nos representa mais do que o Joaquim Barbosa, por ser juiz togado, de carreira, enquanto o Joaquim Barbosa era originário do Ministério Público, embora tenha honrado muito bem a toga que vestiu no STF (Supremo Tribunal Federal)”.


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