Política

Lemos quer apuração do caso da criança, sem conotação política

Deputado chegou a pedir renúncia do secretário


A renúncia de Pedro Leite ao cargo de Secretário de Saúde ocorreu cinco dias depois de muita pressão por causa não apenas do caso da incineração do corpo da criança na Maternidade Mãe Luzia, mas também em meio a uma série de críticas globalizadas, desde pessoas humildes que reclamam do péssimo atendimento nas unidades de saúde do Estado, passando por setores da sociedade organizada, imprensa e, mais recentemente, da Assembleia Legislativa, onde deputados da base do governo e da oposição passaram a ter o então secretário como principal alvo.

Poucas horas antes da confirmação da renúncia, outro acontecimento serviu como desfecho da passagem de Pedro Leite pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesa): uma coletiva de imprensa na sede do Instituto Joel Magalhães (Ijoma), onde o presidente da entidade, que acolhe pacientes em tratamento de câncer, acusou a Secretaria de omitir um relatório feito por técnicos do Ministério da Saúde, onde aponta graves irregularidades na Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), que funciona no Hospital Alberto Lima (HCal), como, entre outras, falta equipamentos para diagnóstico da doença, alvará de funcionamento, medicamentos e até papel higiênico.

Atrasos
Nesta terça-feira, 11, no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), o deputado estadual Paulo Lemos (PSOL) pediu ‘isenção e seriedade’ nas informações e nas apurações sobre o caso da incineração do corpo da criança que foi incinerado por engano junto com lixo hospitalar na Maternidade Mãe Luzia. Durante a Sessão da última segunda-feira, 10, o líder da oposição na Assembleia Legislativa, deputado Paulo Lemos (PSOL), pediu ao secretário de Saúde do Estado (Sesa), Pedro Leite, que deixe o cargo: “Já deu, secretário”, sentenciou o parlamentar.

Na ocasião, Paulo Lemos acusou Pedro Leite de promover atraso nos avanços da Saúde e, com isso, prejudicar o Governo, eleito pela população para, principalmente, melhorar o setor: “Se não tem condições de comandar uma das mais importantes pastas da administração, que peça pra sair, pois o Estado precisa melhorar a Saúde. A população espera por isso. Mas, com o senhor à frente da instituição, já vimos que não há como avançar”.
No programa de rádio, ancorado interinamente pelo jornalista e radialista Elden Carlos, Paulo Lemos baixou o tom: “Temos que acompanhar o processo de apuração para chegarmos ao culpado e responsabilizar. O fato é grave e tem que ser levada como grave (a apuração). Não se pode dar conotação política a uma situação dessa gravidade. Quero aproveitar a oportunidade para parabenizar a Rádio Diário e o jornal Diário do Amapá pela linha jornalística séria e isenta que vem conduzindo o caso, informando sobre os acontecimentos sem qualquer conotação política”.

Tido como um político moderado e, como ele próprio tem reafirmado, “alinhado com os interesses da população independentemente de sigla partidária”, embora integrante do PSOL, um partido de extrema esquerda e declaradamente de oposição à gestão de Waldez Góes, Paulo Lemos explicou ao à reportagem que faz uma “oposição responsável” sem levar em conta partidos.

“Tenho responsabilidade e compromisso com a população do Amapá, para isso fui eleito. Não tenho nenhum constrangimento de votar a favor de matérias de interesse do governo se elas são de interesse da população e voltadas para o desenvolvimento do Estado. Porém, jamais compactuarei com quem quer que seja se os interesses do povo estiverem sendo violados de alguma forma”, justificou.


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