Política

Médicos param, atendimentos na rede estadual de saúde são redu

Secretário Pedro Leite diz que greve é “inoportuna” e afirma que houve melhorias no sistema



 

Cumprindo a ameaça feita no último dia 15, conforme noticiado em primeira mão pelo Diário do Amapá, após deliberação da assembleia geral da categoria, ocorrida no último dia 18, os médicos da rede estadual de saúde paralisaram as atividades no Amapá, durante 24 horas, ontem, 24. Por causa do movimento, a rede estadual de saúde só atendeu urgências e emergências, o que ocasionou grande sobrecarga nas unidades básicas de saúde (UBSs), pertencentes à Prefeitura de Macapá.

De acordo com informações obtidas pela reportagem, os médicos que atuam no interior do estado também aderiram ao movimento, à exceção dos profissionais contratados pelo governo federal, através do programa Mais Médicos, cuja maioria que trabalha no estado é de estrangeiros, principalmente cubanos. “Mesmo assim, os atendimentos estão comprometidos, porque a maioria dos demais profissionais também aderiu ao movimento, em solidariedade às reivindicações dos médicos, que representam o pensamento de todas as categorias da área de saúde”, declarou, por telefone, um auxiliar de enfermagem lotado no Hospital de Oiapoque, que pediu para não ser identificado. A mesma situação acontece em Santana e no vale do Jari.

Entrevistada no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), a presidente Sindicato dos Médicos do Amapá (Sindmed), Hellen Melo, confirmou que, inicialmente, a greve foi de 24 horas, e tem como principal objetivo obter do governador Waldez Góes resposta a “vários ofícios” encaminhamentos feitos ao Palácio do Setentrião com pauta de reivindicações da categoria. “Trata-se de um movimento de alerta, com prazo inicial de duração de 24 horas, tempo que ficaremos acampados em frente à Secretaria de Saúde para cobrar do governo do estado uma resposta convincente. Se isso não acontecer, vamos nos reunir novamente para deliberar os próximos passos a serem tomados”, explicou.

Apesar de ter declarado anteriormente que os médicos da saúde pública “têm razão em deflagrar greve em defesa de melhor atendimento à população, o titular da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Pedro Leite, também ouvido no programa LuizMeloEntrevista, tachou o movimento de ‘inoportuno’: “Temos muitos problemas, sim, mas é bom lembrar que ao assumirmos a Secretaria, encontramos a rede estadual de saúde totalmente comprometida, com poucos médicos, equipamentos sem funcionar, medicamentos com estoque zero e a categoria sem qualquer diálogo com o Governo. O governador Waldez Góes decretou estado de emergência, arregaçamos a manga e iniciamos um trabalho de reconstrução, cujos efeitos positivos já estão sendo sentidos pela população, com a contratação imediata de 70 médicos, e já estamos contratando agora mais 43 especialistas, suprimos a falta de equipamentos com serviços particulares, ampliamos o número de leitos, enfim, estamos empenhados no sentido de dotar a área de saúde de condições dignas de trabalho e de atendimento à população. Esse greve é inoportuna sob todos os aspectos, principalmente diante da crise financeira que estamos enfrentando nos dias atuais por conta da política econômica do governo federal”, pontuou Leite.


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