Mudanças nas regras desagradam especialistas e eleitores
Brasileiros irão com menos frequência às urnas
A aprovação, pela Câmara, de mandatos de cinco anos para os cargos eletivos representa um retrocesso para considerável parcela da população brasileira, e surge em confronto à tendência mundial, principalmente em países governados sob o manto da democracia.
O cientista político Carlos Sanches, 43, analisa que esse tempo de duração diminui a freqüência de contato do eleitor com a urna, afastando-o ainda mais das decisões políticas: “Grande parcela da população esperava que os tempos dos fossem iguais, mas de quatro anos, inclusive de senadores sem direito a reeleição, para acabar com a perpetuação de políticos no poder,; entretanto, aconteceu exatamente o contrário, isto é, o tempo de duração dos mandatos foram igualados, mas com a ampliação dos que atualmente são de quatro para cinco anos, diminuindo apenas os dos senadores, que cairão para cinco, mas com uma espécie de compensação para os próximos eleitos, que ganharão mais um ano no poder”.
O analista de sistemas Carlos Esteves Bastos, 22, ironiza: “Criaram um balão de ensaio enorme, mobilizaram a opinião pública, mas essa reforma política não passa de restauração barata de uma peça antiga sem valor, pois a perpetuação de políticos nos mandatos fica ainda mais consolidada, e com um tempero ainda mais salutar pra eles, que é a ampliação do tempo de mandato”.
Com o estabelecimento dessas novas regras, a população brasileira terá menos contato com as urnas. Atualmente, o exercício do voto é feito a cada dois anos. Se não houver mudança no segundo turno da Câmara, e no Senado, haverá eleições uma única vez a cada cinco anos, ao contrário do que acontece em países consolidados democrática, como nos Estados Unidos, por exemplo, onde as eleições ocorrem todos os anos: os deputados que ocupam assentos nas 435 cadeiras da Câmara dos Representantes possuem mandatos de dois anos, com limite para a reeleição.
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