Para Jurandil Juarez, crise na China afunda cada vez mais o Brasil
Economista critica duramente Dilma e diz que o país está sem comando
Numa conversa franca e sem censura na manhã desta quarta-feira, 26, no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), o economia e ex deputado federal Jurandil Juarez fez duras críticas ao governo federal pela falta de comando político e econômico, e lamentou a falta do que chamou de “lideranças competentes e eficientes” para reverter os impactos da crise. O economista fez previsões negativas para o desfecho da crise econômica, e alertou que o agravamento da situação da China “empurra o Brasil cada vez mais para baixo”, porque a economia é globalizada.
Um dos mais aguerridos combatentes do regime militar, com forte participação nos movimentos estudantis e um dos líderes do movimento Diretas Já no Amapá, Jurandil Juarez fez uma comparação saudosa entre o modelo atual e a ditadura ao afirmar que na época do governo militar sempre surgia uma “figura forte” para diluir a crise, mas que hoje o país se ressente dessa liderança.
“A queda das bolsas de valores em todo o planeta já é por si só um claro sinal de que a coisa não está muito boa, mas a piora do quadro da China é motivo de mais preocupação, pelo modelo econômico que possui e por ser um país de regime autoritário, onde até as pessoas de menor poder aquisitivo são obrigadas a investir nas bolsas de valores. Esse quadro, entretanto, já era esperado, porque a China possuía um modelo de economia muito frágil, em termos concretos, mas ao mesmo tempo forte e ousada, capaz de abalar grandes economistas mundiais, porque lá se falsificava tudo, não se pagava impostos, vendiam uma peça de roupa por 1 real, numa competição até mesmo desonesta com os mercados regulares, com um modelo de economia baseado na pirataria, sem pagamento de direitos autorais no que diz respeito à falsificação de CDs, e sem pagar salários”, explicou.
Para Jurandil Juarez, o momento político e econômico é preocupante, por conta da fragilidade do governo: “Temos uma equipe econômica muito fraca, mas, no contexto, toda a gestão nacional é fraca. No meu entendimento, a crise no Brasil é de administração. O país está, literalmente, ingovernável, tanto que o próprio vice presidente Michel Temer resolveu se afastar do olho do furacão ao se retirar da articulação política”.
Na opinião do economista, a equipe econômica está sem rumo: “O Brasil vem obtendo resultados pífios na economia; não há avanços, pelo contrário, há revezes; a situação é estarrecedora em termos de gestão, está todo mundo que nem barata tonta, tanto que a dívida pública brasileira chegou ao patamar inadmissível de 3 trilhões de reais, como resultado do desequilíbrio entre receitas e despesas, o que obriga o governo a revisar as metas de superávit primário, o que será irreversível, apesar da negativa do ministro da fazenda, Joaquim Levy, de que fará essa revisão, embora admita a gravidade da crise ao afirmar que o país atravessa um mar agitado da economia; entretanto, a expressão correta é que o Brasil está passando por um tsunami”.
Ramon Palhares
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