Para Jurandil Juarez, o Poder Público perdeu a capacidade de i
Afirma que o problema do Estado é a falta de poupança interna para viabilizar investimentos
Ao analisar o Ranking de Gestão e Competitividade dos Estados Brasileiros (2013/2014), elaborado pela Unidade de Inteligência do grupo inglês Economist, em que o Amapá foi apontado como o pior estado para investimentos estrangeiros no Brasil, durante entrevista nessa segunda-feira, 11, ao programa LuizMeloEntrevista, da rádio Diário FM (90.9), o economista Jurandil Juarez (foto) disse que a falta de poupança interna impede a sustentação das necessidades de investimentos no estado. “Há muito tempo o Poder Público perdeu a capacidade de investir no Amapá. Por causa disso, as conseqüências são desastrosas”, lamentou.
Para Jurandil, a situação se agrava ainda mais pelo fato de que o Poder Público, em especial o governo e prefeituras, representa quase a metade do PIB (Produto Interno Bruto) local. “A nossa economia praticamente estagnou, advindo daí o efeito da repercussão lá fora dos graves problemas de corrupção e de desorganização interna, que são os principais obstáculos para recebermos investimentos, resultando na dependência da economia interna para gerar a poupança e fazer os investimentos. Quando a corrupção perpassa todos os segmentos e afeta diretamente o Poder Público, a situação se complica ainda mais”, pontua.
O economista prevê que os resultados das investigações de corrupção no Amapá podem aumentar o tamanho do prejuízo para a economia: “Para exemplificar, no caso da Petrobras, que mergulhou no caos por causa da corrupção, tudo está sendo apurado, mas a empresa continua explorando petróleo em larga escala, os investidores perderam a confiança no presente e no passado, mas não perderam a confiança no futuro; já no caso do Amapá, com base nesse diagnóstico, as perspectivas são sombrias porque, sem nenhuma dúvida, os resultados de investimentos são duvidosos”.
Jurandil diz que para o estado receber investimentos é necessário resolver a questão fundiária (regularização das terras cedidas pela União), ampliar a estrutura e aparelhar os órgãos responsáveis pelo licenciamento ambiental: “Se isso for feito com seriedade, considerando que o problema de energia elétrica já está praticamente resolvido, haverá um cenário completamente diferente do que temos hoje. Já no que diz respeito à corrupção, tem que haver um trabalho conjunto do Poder Público, da iniciativa privada e dos eleitores na hora de votar, porque se continuarmos seguindo os critérios atualmente usados para eleger os nossos dirigentes, certamente não vamos mudar”, ensina.
Ranking negativo
O Amapá foi apontado pelo terceiro ano seguido como o pior estado para investimentos estrangeiros, no Brasil. Os dados são do Ranking de Gestão e Competitividade dos Estados Brasileiros (2013/2014), elaborado pela Unidade de Inteligência do grupo inglês Economist. O Amapá ficou na “lanterna” da lista após avaliação de 26 indicadores, entre eles a corrupção, com análise na difusão de prática ilícita entre funcionários públicos, número de investigações e sistemas em vigor para prevenir atitudes delituosas. Nesse item, o Amapá recebeu nota zero. Na pontuação final, o estado levou 18,6 pontos em uma escala de zero a 100.
O Amapá teve nota zero também na avaliação de infra-estrutura e políticas de regulamentação de impostos. A falta de políticas de regulamentação também deixou o Amapá com nota baixa no item ‘estabilidade econômica’, onde é analisada a capacidade de o Executivo estadual avançar com legislações. A melhor pontuação amapaense ficou no item “sustentabilidade”, com 54,2 pontos. A categoria mediu as políticas para práticas ambientais sustentáveis, dividida em quatro indicadores: plano estadual, incentivos fiscais para a sustentabilidade, existência às instituições para cumprir regulamentos ambientais, qualidade e alcance da legislação.
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