Patrimônio de Gilvam Borges está em nome da esposa e irmãos, por isso não consta no TRE

Cleber Barbosa
Da Redação

 

Apenas 5 dos 7 candidatos a governador do Amapá já entregaram suas declarações de bens à Justiça Eleitoral. Destes, chamou atenção o fato de que o ex senador Gilvam Borges (MDB/AP) não ter bens a declarar nas eleições deste ano, pois em 2018 ele havia apresentado ao Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE/AP) documentação referente a um patrimônio de R$ 408,4 mil entre terreno, casa e um sítio.

 

Procurado pela reportagem, o candidato a governador informou que os bens ainda existem, claro, são inclusive sua residência permanente, mas os bens foram repassados para o nome da esposa de Gilvam. “Já as outras coisas estão em nome dos irmãos dele. O senador é um homem simples, não tem nada em nome dele agora”, disse Gonçalo Borges, filho de GB, e um dos coordenadores de sua campanha.

 

Gilvam tem uma relação realmente diferenciada e até muito autêntica com as mulheres de sua vida.

 

Certa ocasião, questionado por jornalistas em Brasília sobre o fato de ter – à época – a esposa e a mãe nomeadas como assessoras de seu gabinete, ele ponderou dizendo que a legislação previa a livre nomeação para cargos de confiança, e que por elas ele tinha plena confiança, pois “uma dorme comigo e a outra me pariu”, disse o então parlamentar, bem ao seu estilo.

 

Nepotismo

Em 2008, dois anos antes da emissão do decreto n. 7.203, a prática de nomear parentes consanguíneos, o chamado nepotismo, permanecia como algo corriqueiro no âmbito do funcionalismo público, o que levou o STF a editar a Súmula Vinculante nº 13, de 2008, que ampliou o grau de parentesco para 3º grau em linha reta (pai, mãe, avô, avó e netos, bisavô, bisavó e bisnetos) e estabeleceu a linha colateral (irmãos e irmãs, tios e tias, sobrinhos e sobrinhas) e a linha de parentesco por afinidade (parentes do cônjuge em três graus, padrasto, madrasta, enteados, etc.).

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