Política

Pesquisa na costa amapaense para exploração de petróleo e gás é discutida no Oiapoque

Lideranças e entidades do país reúnem-se no município fronteiriço dois dias após Ibama se posicionar contra atividade


 

Douglas Lima
Editor

 

A sede do município de Oiapoque se tornou, na noite desta sexta-feira, 19, o centro dos debates no país sobre pesquisa para exploração de petróleo na Margem Equatorial Brasileira, no oceano Atlântico, mar territorial amapaense, distante 540 quilômetros da foz do rio Amazonas, dois dias depois do Ibama negar as atividades, oficialmente.

 

Os debates se desenrolaram na “Escola Joaquim Nabuco” durante Audiência Pública realizada pela Assembleia Legislativa do Amapá (Alap), reunindo representantes da sociedade organizada do Oiapoque; prefeito e vereadores do município; governador Clécio Luís; deputados estaduais e federais do Pará e Maranhão; senadores Randolfe Rodrigues, Lucas Barreto e Davi Alcolumbre, esse representado pelo suplente Josiel Alcolumbre; e representantes de órgãos estaduais e da Petrobras, entre outros.

Iniciada às 19h sob a direção da deputada estadual  Alliny Serrão, presidente da Alap, a Audiência Pública constou de fala de autoridades e parecer do geólogo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), João Carlos Corrêa, que apresentou dados geofísicos e ambientais da Margem Equatorial Brasileira, e do presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás Natural (IBP), Roberto Furian Ardenghy, o qual discorreu a respeito das perspectivas da exploração de petróleo e gás natural no país.

 

Otávio Borges Gomes, secretário de mineração do governo do Amapá, na Audiência Pública apresentou dados sobre petróleo e gás na costa do estado e as possibilidades de desenvolvimento sustentável a partir da atividade econômica. O titular da pasta da mineração amapaense é geólogo e geofísico com especialização em petróleo e regulação do setor público e direito minerário.

O senador Lucas Barreto, em entrevista antes do evento, revelou que recebera, há pouco, informação do ministro das minas e energia, Alexandre Silveira, dando conta de que o Ibama vai reformular a decisão de negativa à pesquisa para exploração petróleo na Margem Equatorial.

 

Lucas asseverou que a Petrobras, na verdade, só vai fazer prospecção petrolífera na costa amapaense, uma vez que já está garantida a existência de gás no local no quantitativo de 16 bilhões de m³. “Será a salvação da Petrobras, que tanto precisa de fonte para energia limpa”, vibrou o senador.

O líder karipuna na Aldeia do Manga, município de Oiapoque, José Elito, disse “que venha o desenvolvimento, não só pro Oiapoque, mas pra todo o Amapá. Ele reforçou: “A expectativa é de que aconteça. Estamos apoiando este grande empreendimento. A gente não está contra, estamos sempre a favor, pois trará benefícios pros povos indígenas”.

 

O vereador do Oiapoque, Fernando Anká, indígena, disse que vê na pesquisa para petróleo e posterior exploração uma oportunidade única que as autoridades e o povo brasileiros devem agarrar com unhas e dentes, pois beneficiará não só o Amapá, mas todo o Brasil. “Eu penso nos meus filhos e meus netos. Estamos aqui para escutar quais serão os benefícios e contrapartidas para o município e comunidades indígenas”, concluiu Anká.

 

 


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