Randolfe defende carreira de “Médico de Estado” para democratizar acesso à saúde nas regiões Norte e Nordeste
No Amapá, grande parte da população precisa se locomover do estado para ter acesso a atendimento médico de qualidade, muitas vezes por falta de profissional no mercado.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) se reuniu com a diretoria da Associação Médica Brasileira (ABM) sobre a carreira de “Médico de Estado” e a democratização do acesso ao profissional em todo território brasileiro, na última terça-feira (22). No Brasil são quase 500 mil médicos, porém a grande maioria atua na região Sudeste.
O parlamentar é autor da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 38/2021 e defende a iniciativa de criar condições para que os médicos, mesmo os formados nos grandes centros, possam atender nas cidades mais distantes do Brasil. “Se promotores e juízes têm atrativos para atuarem em cidades como Pracuúba, Tartarugalzinho e Cutias, por exemplo, precisamos garantir condições para que os médicos também executem suas atribuições”, explicou o senador.
Dr. César Fernandes, presidente da AMB, acredita que os médicos não devem ficar concentrados nos grandes centros. “Precisamos mudar essa realidade, porém, é fundamental garantir segurança e estabilidade para que o profissional siga carreira em qualquer lugar do Brasil”, contou o presidente.
Desigualdade
De acordo com o estudo “Demografia Médica no Brasil 2020”, realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Universidade de São Paulo (USP), existe um desequilíbrio entre a oferta de médicos e as necessidades de saúde da população brasileira, o que ficou ainda mais evidenciado pela tragédia da
pandemia de covid-19.
Enquanto o país tinha em 2020 razão média de 2,27 médicos por mil habitantes, a região Norte tem uma taxa de 1,30. Na região Nordeste, a taxa é de 1,69. Juntas, as regiões Norte e Nordeste têm os piores indicadores do Brasil e todos os seus estados estão abaixo da média nacional. O Pará, com razão de 1,07, e o Maranhão, com 1,08, são os estados com menor número de médicos em relação à população.
Também há grande desigualdade entre a disponibilidade de médicos nas capitais e nas cidades do interior. No conjunto das capitais há 5,65 médicos por mil habitantes, enquanto no conjunto das cidades do interior esse índice cai para apenas 1,49. Além disso, nem todas as capitais têm grande concentração de médicos – o conjunto das capitais da região Norte tem média de 2,94 médicos por mil habitantes. Entre as capitais da região: Macapá tem razão de 1,77 e, Rio Branco, 1,99, as menores taxas do país.
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