Política

Randolfe denuncia caos e omissão na saúde pública no Amapá

MORTES – Levantamentos do IBGE e do IDB-Dadasus revelam que no estado a cada mil bebês nascidos vivos, 24 morrem


O Senador Randolfe Rodrigues (REDE) usou mais uma vez a Tribuna do Senado para denunciar ‘o caos e omissão na saúde pública no estado. Ele reclamou que já se tornou rotina o Amapá ‘ganhar a mídia nacional de forma negativa’. O Senador lamentou mais um noticiário negativo da imprensa, mais exatamente na reportagem feita pelo programa CQC (Custe o Custar), exibido no último dia 21 de setembro pela TV Bandeirantes. “O programa retratou a penosa situação em que nos encontramos”, discursou.

“Uma mãe amapaense não pôde enterrar o corpo de seu filho, morto nos primeiros dias de vida no Hospital da Mulher Mãe Luzia, por terem incinerado o corpo da criança e segundo a secretaria de Saúde do Amapá, “por engano”, protestou Randolfe relembrando a reportagem

Pesquisa recente, divulgada pela revista Exame no dia 12 de março deste ano, com dados do IBGE e do IDB-Datasus, evidencia o quadro: a cada mil bebês nascidos vivos no Brasil, 15 morrem antes de completar 12 meses de vida. No Amapá, o número é ainda pior e sobe para 24 mortos a cada mil nascidos.  Ou seja: a taxa de mortalidade infantil do Amapá é 60% maior do que a constatada no restante do País.

De acordo com dados das Nações Unidas, Cuba tem uma taxa de 5,1 mortos por cada mil nascidos vivos, a Costa Rica tem índice de 9,8 e o Sri Lanka, 12,4. O Amapá, está no antepenúltimo lugar do ranking nacional. Ocupa a 25ª posição entre os 27 Estados brasileiros, na frente apenas dos vergonhosos índices de Alagoas e Maranhão, os campeões da mortalidade infantil.

O parlamentar reclamou, também, do que chamou de ‘amarga posição’ do Amapá no que diz respeito à quantidade de médicos por habitantes. “Estamos na penúltima colocação, à frente apenas do Maranhão”, ressaltou Randolfe, acrescentando: “Enquanto no Distrito Federal existem 3,61 médicos a cada mil habitantes, no Amapá esse número não chega a um — Um único médico. O Amapá tem 0,75 médico a cada mil habitantes, isto é, menos que um médico. E o que é pior: o Amapá conta com apenas 1,6 leitos a cada mil habitantes, carregando a vergonhosa lanterna do ranking nacional, o pior estado brasileiro em quantidade de leitos”, denunciou.

Ao finalizar o pronunciamento, Randolfe lamentou que, em meio a crise, o Ministério da Saúde divulgou no dia 22 de setembro deste ano que destinou R$ 96 milhões para custeio das ações de Média e Alta Complexidade em 20 Estados brasileiros, mas o Amapá, que é o último colocado do país em quantidade de leitos por habitantes, foi uma das poucas unidades da federação que não foram contempladas. Ele informou que protocolizou requerimento ao Ministro da Saúde, Marcelo Castro fazendo um relato detalhado da situação da saúde pública amapaense, com pedido de ações para resolver os problemas existentes.


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