Reforma política pode ampliar atuais mandatos de prefeitos e v
Capiberibe diz que objetivo é realizar uma única eleição para todos os mandatos eletivos
Cresce, em Brasília, a tendência entre os parlamentares para a ampliação dos mandatos dos atuais prefeitos e vereadores até 2018. O objetivo é realizar eleições para todos os mandatos eletivos. A reforma política também pode colocar um fim na reeleição para os cargos do Executivo nos níveis federal, estadual e municipal. As revelações foram feitas pelo líder do PSB no Senado, João Capiberibe (PSB), em entrevista concedida na manhã dessa quarta-feira, 8, por telefone, ao programa LuizMeloEntrevista, da Rádio Diário FM.
Ao ser inquirido sobre a situação política e a crise de gestão do governo Dilma, Capiberibe atribuiu esse quadro ao ‘esgotamento do sistema político atual’, e descartou ‘qualquer abalo’ à democracia por conta de escândalos como o Mensalão, Operação Lava Jato e outros casos de corrupção: “Após a redemocratização do Brasil já passamos por situações semelhantes, e até piores, como o impeachment do Collor (Fernando), o Lula em 2005 com o Mensalão. Pelo contrário, desse quadro nebuloso é aberta uma janela para mudarmos a realidade do país através da reforma política”, filosofou.
Outra crítica assestada pelo senador foi contra o loteamento de cargos nos governos: “É preciso acabar com essa governança baseada em loteamentos de cargos. Outra questão que temos que corrigir é o fato de que, ao assumir cargos no Executivo, os eleitos passam até dois anos sem se inteirar da realidade para então começarem, de fato, a trabalhar. Por isso a reforma não pode ser apenas política, tem que ser bem mais ampla, administrativa, de gestão”, sugeriu.
O senador, que pilota na sexta, 10, e no sábado, 11, um seminário em Macapá e Santana, respectivamente, sobre reforma política, com a participação dos senadores Davi Alcolumbre (DEM) e Randolfe Rodrigues (Psol), ambos do Amapá e, possivelmente, com a presença do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), rechaçou a pouca representatividade de segmentos populares no Senado, e comentou sobre alguns pontos da reforma política que ganham força no Congresso Nacional, além da ampliação do tempo de mandato de prefeitos e vereadores e fim da reeleição para os mandatos eletivos no Executivo.
‘O fim das coligações em eleições proporcionais já foi aprovado no Senado e segue agora para a Câmara. O financiamento empresarial não deve passar, ficando restrito ao financiamento de campanha por pessoa física, que foi proposto pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), que o PSB defende. Temos, no nosso partido, uma ampla visão do que a população brasileira quer, e estamos sendo porta voz desse clamor popular, e temos, no PSB, essa liberdade, porque o partido é independente, não é aliado nem adversário do governo Dilma’, disse.
Quanto à relutância do PSB de aprovar a instalação de comissões parlamentares de inquérito, Capiberibe foi incisivo: ‘Não podemos transformar o Senado em Delegacia de Polícia, por isso estamos tendo todo o cuidado para aprovar CPI’, argumentou.
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