Ruptura de Sarney com o PDS foi vital para a eleição de Tancre
A data é marcante: em 15 de janeiro de 1985 o Congresso Nacional deu um grande passo para que o Brasil
A data é marcante: em 15 de janeiro de 1985 o Congresso Nacional deu um grande passo para que o Brasil se tornasse um país democrático, ao eleger Tancredo Neves Presidente da República, tendo como vice José Sarney, ambos do PMDB, passando por cima da maioria governista, dominada pelo hoje extinto PDS.
Decorridos 30 anos daquela eleição, o senador José Sarney (PMDB-AP) revela os bastidores daquele período histórico.Para Sarney, a eleição de Tancredo pelo colégio eleitoral foi a maior das engenharias políticas construídas no Brasil para atravessar uma situação de crise: a passagem do regime militar, com poder absoluto, para o regime do estado de direito.
“Essa construção foi fruto da nossa capacidade. Em todos os momentos de nossa história, os políticos brasileiros preferiram salvar o país a deflagrar uma guerra entre partidos ou pessoas, como ocorre em toda a América Latina – sendo exemplo maior a Argentina, que não conseguiu ultrapassar nenhuma crise sem quebra da legalidade e sem reflexos de violência na sociedade”, pontua o Senador.
Mesmo tendo que disputar no Colégio Eleitoral composto em sua maioria por governistas, Tancredo Neves lançou-se candidato de oposição e venceu a eleição.
A posse de Tancredo, entretanto, não aconteceu: na véspera de assumir o cargo (14 de março), o presidente eleito foi operado às pressas no Hospital de Base, em Brasília. Tancredo sabia que estava muito doente, mas temia que o presidente João Figueiredo não transmitisse o cargo a Sarney. Por isso, resolveu aguentar firme até a posse. Aos médicos, ele ponderava: “Depois da posse façam de mim o que quiserem”.
Ao ser internado na noite de 14 de março no Hospital de Base de Brasília, para a retirada de um tumor que se rompera em seu abdome, Tancredo só assinou a autorização para a cirurgia após obter a garantia oficial de que o vice estaria em seu lugar no dia seguinte. Sarney, de fato, assumiu, mas não recebeu a faixa das mãos de Figueiredo, que saiu pelos fundos do Palácio do Planalto para não ter de encarar o adversário.
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