Política

Senador diz que criação de nova unidade de conservação no Amapá acaba com sonho do petróleo

Para Lucas Barreto (PSD/AP), manobra tem apoio da ministra Marina Silva e prevê a destinação da maior unidade de preservação em pleno mar territorial brasileiro


 

Cleber Barbosa
Da Redação

 

O senador Lucas Barreto (PSD/AP) foi à tribuna denunciar uma articulação que, embora oficialmente não proíba, mas inviabiliza de uma vez por todas as prospecções por petróleo e gás natural na costa do Amapá. Seria a criação de uma unidade de conservação entre os estados do Amapá e Piauí, em áreas territoriais brasileiras, parte importante da Margem Equatorial, que pode conter bilhões de barris de petróleo.

 

Segundo o parlamentar, a Organização Não Governamental (ONG) Instituto de Estudos Avançados da USP e o Centro de Biologia Marinha da USP, apoiados pela ministra Marina Silva e as agências federais vinculadas ao Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, estão na coordenação dos trabalhos com esse fim.

 

Nesta quinta-feira está prevista a segunda reunião técnica para criação da maior Unidade de Preservação Integral da Marinha, que ocupará todo o mar territorial brasileiro, da fronteira com a Guiana Francesa até ao limite territorial marinho do Piauí com o estado do Ceará.

 

“A área já previamente escolhida pelos mesmos agentes públicos que consumaram a desastrosa política ambiental patrimonialista protagonizada há mais de duas décadas pela atual ministra do meio ambiente, Instituto Sócio Ambiental (ISA) com seu ‘balzaquiano’, seu atual secretário executivo do MMA, Dr. João Paulo Capobianco e juntamente com o organizador de mais uma aventura ecológica uspiniana, o Dr. José Pedro de Oliveira Costa, que se apresenta como o grande arquiteto que coordenou a criação do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque – o maior estelionato ecológico do governo brasileiro, que nem mesmo as vassouras prometidas para o município do Oiapoque, como contrapartida, até hoje nunca chegaram”, ponderou Barreto.

 

Argumentação

Ainda segundo a manifestação do senador, as condições biomarinhas na região onde os representantes da Universidade Federal de São Paulo alegam caber uma unidade de conservação, são as mesmas de 5,6 milhões de anos atrás, quando se formou esse gigantesco estuário flúvio marinho do delta do rio Amazonas.

 

Para ele, duas questões de natureza científica e técnica saltam aos olhos: “Por que os professores e estudiosos não propuseram também a criação de mosaico dessa magnitude geográfica e importância bioecológica para preservar a itiofano, corais diversos e os próprios recifais mesófitos na costa do Espírito Santo até ao Rio Grande do Sul?” e em seguida “por que só agora, com o anúncio da descoberta das grandes e trilionárias reservas  de petróleo e gás no pré-sal na costa do Amapá, Pará e Maranhão, exatamente no Grande Prêmio da Margem Equatorial, a USP vem propor a criação de um mosaico de Unidades Ambientais Marinha de Proteção de 35 milhões de hectares, ou seja, oito vezes a área total do estado do Rio de Janeiro?”.

 

Por fim, Barreto diz que fica mais agravada essa tentativa de proibir por vias transversas a exploração de petróleo no pré-sal da Margem Equatorial. “Pois até onde se sabe essas ONGs uspinianas querem utilizar a COP 30 para criar um mega mosaico marinho de proteção integral para inviabilizarem o desenvolvimento dos estados do Amapá, Pará, Maranhão e Piauí”, concluiu o senador amapaense.

 


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