Política

Sessão solene no Senado marca os 80 anos do Amapá

Evento, no plenário do Senado da República, com presença do governador Clécio Luís, mostra que fazer festa é bom, mas que o Amapá tem que se inserir nas discussões internacionais sobre a Amazônia e firmar lugar


 

Douglas Lima
Editor

 

A sessão solene do Senado da República, na manhã desta segunda-feira, 11, entrando pela tarde, em homenagem aos 80 anos do Amapá, deixou registrado nos Anais do Congresso Nacional o desejo do antigo território federal e atual estado de serem protagonistas do seu próprio desenvolvimento e também dos destinos da região amazônica.

 

O grito de esperança num futuro promissor do Amapá, andando com as próprias pernas, foi iniciado pelo representante do Tribunal de Justiça (Tjap), desembargador Carlos Tork, e reverberado pelo governador do estado, Clécio Luís, e o senador da república, Randolfe Rodrigues.

 

 

Tork lembrou que em 2025 acontecerá em Belém a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), cujas preliminares ocorreram recentemente, na capital paraense, como a Cúpula da Amazônia e Diálogos Amazônicos, reunindo os governadores da Amazônia, instituições da região e representantes dos países que formam o bloco geopolítico amazônico.

 

O representante do Tjap registrou que o Amapá está inserido no cenário criado para discutir a Amazônia e que não pode perder a oportunidade de encontrar caminhos para o desenvolvimento, seguindo firme na representação e valorização de seu povo. “As discussões não podem esquecer os 25 milhões de habitantes da região. Queremos participar das discussões, queremos ser protagonistas”, defendeu o desembargador Tork.

 

O governador Clécio Luís lembrou que a história do Amapá, na verdade, não começa em 13 de setembro de 1943, mas muito antes, ocupado pelos seus povos originários indígenas e depois também pelos negros trazidos por portugueses, até então chegar à conformação do território federal.

 

 

“São esses povos, somos nós que estamos no centro das atrações do mundo, neste momento, mas precisamos dar o tom do que queremos para o nosso futuro. Vale comemorar, como estamos comemorando agora, daqui a 20 anos estaremos no nosso centenário. Como queremos chegar lá? Que sociedade queremos? Que povo? Que desenvolvimento?”, questionou Clécio.

 

Para o governador, como ele também disse na solenidade, os amapaenses devem aproveitar este momento para se alinharem ao resto do país, contando com as lideranças dos senadores Davi Alcolumbre e Randolfe Rodrigues. “Estamos num ambiente especial, que não podemos perder; não para se subordinar, mas se alinhar com o Brasil, tendo orgulho das nossas florestas, da nossa preservação, do fato de sermos o primeiro estado a demarcar as terras indígenas”, disse Clécio.

 

 

Em seguida, o governante disse que o Amapá não é para ser visto como um santuário que impede o seu desenvolvimento, mas sonhar com o que há de melhor para os seus filhos. “Estamos num outro patamar na política nacional; e não podemos mais parar”, concluiu.

 

O senador Randolfe Rodrigues, por sua vez, fez uma bela descrição histórico-poética do Amapá, ressaltando sempre a margem esquerda do rio Amazonas, onde o estado, ex-território federal, se encontra e pontuou, vigorosamente, que sonhar com o desenvolvimento é uma questão de sobrevivência e dignidade, e que não se pode mais negligenciar.

 

Além de Carlos Tork, Clécio Luís e Randolfe Rodrigues, discursaram no evento o presidente do Sebrae Amapá, Josiel Alcolumbre, que também representou o senador Davi Alcolumbre; o deputado Jory Oeiras, representando a Assembleia Legislativa, e a secretária extraordinária dos povos indígenas, Simone Karipuna, representando população tradicional.

 

 

Programação

A sessão no Senado da República abriu a programação em homenagem aos 80 anos do Amapá, iniciativa do mandato do senador Randolfe Rodrigues, em parceria com o governo do estado, Sebrae e outros entes.

 

O encontro no plenário do Senado foi entremeado de discursos e execuções do Hino Nacional, Canção do Amapá e Hino Cultural Amapaense com as três composições interpretadas por Patrícia Bastos acompanhada do Toque do Tambor do Marabaixo e Orquestra Sinfônica de Brasília dirigida pelo amapaense maestro Fernando França.

 

A programação, conforme informou o senador Randolfe, será estendida por toda a semana com exposições de arte e de produtos comerciais, shows musicais, lançamentos de livros e outras atrações, como a Torre do Congresso Nacional iluminada pelos símbolos do Amapá.

 


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