Diário Política

Vitória de Pacheco, no Senado, consolida ainda mais liderança nacional de Davi Alcolumbre

Triunfo foi uma extensão do poder do parlamentar amapaense na CCJ e na indicação de 2 ministros no governo Lula


Douglas Lima
Editor

 

O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) vem sendo reconhecido pela grande imprensa brasileira como o político mais influente do país, porém alertando sobre o perigo que ele corre dentro de seu próprio partido tido como uma colcha de retalhos ideológica, mais situada à direita.

 

O União Brasil nasceu da fusão do PSL com o DEM. O PSL foi o partido nanico que virou grande ao eleger Jair Bolsonaro em 2018. O DEM, por sua vez, foi primeiramente Arena, sigla de sustentação do regime militar, depois, PFL.

 

Na Folha de São Paulo, edição do fim de semana, foi publicado que a disputa entre Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Rogério Marinho (PL-RN) pelo comando do Senado, na quarta-feira, 1, representou um teste de fogo também para Davi Alcolumbre, “parlamentar que acumulou poder nos últimos anos e, exatamente por isso, tem sido alvo de ataques de políticos que se sentem alijados”.

 

Pacheco, que chegou ao cargo pelas mãos de Alcolumbre e que tem no senador do Amapá seu principal cabo eleitoral, derrotou Marinho, o candidato do bolsonarismo, por 49 votos a 32.

 

No discurso de senadores e deputados, o resultado pode ser visto tanto como uma vitória inequívoca de Alcolumbre, mas também como o seu oposto. Ou seja, uma derrota, na opinião de um grupo menor de parlamentares.

 

“Senador Alcolumbre dá um beijo na mão do colega Efraim Filho (União-PB) momentos antes da eleição para a presidência do Senado”, acentua a matéria jornalística, para dizer: “Uma explicação sobre como isso é possível passa pela concentração de poder nas mãos do senador do Amapá e a reação que isso tem gerado”.

 

Mais adiante, a matéria da Folha de São Paulo registra que o senador Davi Alcolumbre, de 45 anos de idade, presidiu o Senado no biênio 2019-2020, ocasião em que montou uma robusta rede de apoio interno, usando influência para facilitar liberação de emendas parlamentares.

 

Não sendo possível a recondução ao cargo dentro da mesma legislatura, Davi Alcolumbre fez de Pacheco seu sucessor em fevereiro de 2021, diz o texto da Folha de S.Paulo, pontuando: “Alcolumbre saiu da cadeira máxima do Senado e assumiu outra também poderosa: o comando da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), onde deve continuar nos próximos anos”.

 

A Folha de São Paulo também lembra que Davi foi escolhido pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante a fase de transição, para ser o interlocutor do União Brasil nas negociações de adesão do partido ao Palácio do Planalto.

 

Com isso, indicou dois dos três ministros direcionados por Lula à legenda: Waldez Góes (Integração) e Juscelino Filho (Comunicação). “Essa foi a gota d’água para que o senador virasse alvo de uma rebelião interna no partido, que é uma colcha de retalhos ideológica forjada no campo da direita”, destacou o jornal paulista, acrescentando: “O caldeirão de insatisfações engrossou na atual disputa ao comando do Senado, quando Alcolumbre se colocou mais uma vez como o cabo eleitoral de Rodrigo Pacheco”.

 

A Folha ainda observa: “Diferentemente do presidente reeleito do Senado, que tem postura mais institucional e distante do corpo a corpo tão prezado por boa parte do mundo político, Alcolumbre é um político ao estilo clássico, que preza o contato direto e caloroso, como mostram fotos dele registradas nos momentos anteriores à eleição, com as seguintes legendas: Davi Alcolumbre beija a mão de convidada na sessão de posse dos novos senadores; Davi cumprimenta a mulher do senador Efraim Filho (União-AP), Carol Morais, na sessão de posse dos novos senadores”.

 

O jornal atestou o seguinte: “A grande concentração de poder em torno de um único político foi usada como discurso de campanha contra Pacheco por Marinho e aliados”.

 

Outras publicações, se não direcionam escritos na linha da Folha de S.Paulo, reconhecem o poder que Davi Alcolumbre tem alcançado na política nacional, o que, certamente, é bom para o Amapá.

 


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